Busca pelo termo cresceu 250% no Google em novembro. Entenda o que é e como funciona.
O mês de novembro foi o período de 2023 com o maior interesse pelo termo “biopirataria na Amazônia“. Desde o início do mês, por exemplo, as buscas pelo assunto cresceram 250% no Google.
O termo ‘biopirataria na Amazônia’ atingiu o índice 100 de buscas na plataforma. Este ‘medidor’ de buscas varia de 0 a 100, e Amazonas e São Paulo foram os Estados em que foram registrados o maior interesse.
Ranking dos Estados com o maior índice de busca pelo termo:
- Amazonas: 100
- São Paulo: 100
- Santa Catarina: 96
- Acre: 90
- Ceará: 95
- Pará: 91
- Mato Grosso: 77
- Rondônia: 26
O Google diz que não é possível definir se um fato pontual motivou o aumento das buscas ou se o Brasil registrou um aumento natural de interesse pelo assunto.
Perguntas com maior crescimento
Perguntas | Crescimento |
O que é biopirataria? | +100 |
Como geralmente ocorre a biopirataria na Amazônia? | +75 |
Quais outras regiões do Brasil também são alvos da biopirataria? | +33% |
Como podemos ajudar a combater a pirataria na Amazônia | +31% |
Como podemos ajudar a combater a biopirataria na Amazônia? | +16% |
Mas afinal, o que é biopirataria?
A biopirataria refere-se a exploração não autorizada, coleta, transporte, uso ou comercialização de recursos biológicos da natureza, como plantas e frutos, animais, micro-organismos e conhecimentos tradicionais associados a esses recursos, sem a devida permissão dos detentores legítimos desses recursos ou sem a compensação justa .
O tráfico de animais para fins científicos, por exemplo, é comum nessa “cadeia de ilegalidades”, onde substâncias químicas de serpentes, sapos, aranhas e besouros são aproveitadas para pesquisas ilegais e produção de medicamentos.
A prática muitas vezes envolve uma apropriação não ética de recursos genéticos e conhecimentos tradicionais, muitas vezes de regiões geográficas específicas.
Biopirataria e pirataria são a mesma coisa?
Não, pirataria e biopirataria são crimes diferentes. O termo “pirataria” corresponde a prática ilegal de copiar, reproduzir, distribuir ou utilizar software, músicas, filmes, livros ou outros produtos protegidos por direitos autorais, sem a devida autorização dos detentores desses direitos. Já a “biopirataria” está especificamente relacionada à exploração não ética dos recursos biológicos.
Como acontece a biopirataria na Amazônia?
A biopirataria na floresta amazônica geralmente ocorre quando pessoas ou entidades exploram ilegalmente os recursos biológicos da região sem receberem autorização ou isenção para as comunidades locais e sem seguirem os protocolos legais e éticos.
Alguns dos principais elementos e formas de biopirataria na Amazônia incluem:
Coleta não autorizada de recursos genéticos:
Empresas e pesquisadores, muitas vezes estrangeiros, fazem a coleta de plantas, animais, microrganismos e outros recursos biológicos sem permissão dentro da floresta amazônica.
Uso indevido de conhecimentos tradicionais:
Muitas comunidades indígenas e ribeirinhos da Amazônia possuem vasto conhecimento tradicional sobre o uso sustentável dos recursos da região, incluindo propriedades medicinais de plantas e técnicas de manejo. Esse conhecimento acaba muitas vezes sendo explorado sem o devido reembolso ou compensação.
Patenteamento não ético:
Empresas ou pesquisadores patenteiam produtos derivados de recursos genéticos amazônicos sem compartilhar os benefícios com as comunidades locais ou sem respeitar os direitos.
Como acabar com a biopirataria?
O combate à biopirataria envolve a implementação de várias medidas, como a promoção de campanhas de conscientização para informar as comunidades locais, cientistas, empresas e o público em geral sobre a importância da biodiversidade, dos conhecimentos tradicionais e dos impactos da biopirataria.
Também é recomendado envolver as comunidades locais no processo de tomada de decisões sobre o acesso e uso de recursos biológicos em suas áreas, garantindo que as comunidades se beneficiem justamente dos resultados da pesquisa e desenvolvimento.
A União também tem reforçar os sistemas de monitoramento e fiscalização para detectar atividades ilegais na Amazônia, seja na exploração ilegal da fauna ou flora.