Descoberta sobre reprodução de caranguejo-uçá pode causar alteração em lei de defeso no Amapá

Andada da caranguejo-uçá foi registrada fora do período de defeso na Estação Ecológica Maracá Jipioca (ESEC), no litoral do Amapá.

Novo período de andada reprodutiva do caranguejo-uçá é registrado no Amapá. Foto: Divulgação/Costamar

Uma andada reprodutiva da espécie caranguejo-uçá foi registrada fora do período de defeso, na Estação Ecológica Maracá Jipioca (ESEC), no litoral do Amapá. A ocorrência foi registrada por pesquisadores do projeto Costamar durante a noite, no final do mês de junho deste ano.

Leia também: Você sabe o que é a “andada” dos caranguejos?

A descoberta levanta a possibilidade de que o atual calendário referente à proteção da espécie esteja atrasado, o que pode causar uma revisão na lei que estabelece o período de defeso.

A última andada reprodutiva antes da ocorrida em junho foi registrada no mês de abril, dentro dos conformes do calendário.

O supervisor regional do projeto Costamar, Jonas Rosa, que monitora a espécie e sua reprodução, disse que a pesquisa está em fase inicial e será feita no período de três anos, para resultados mais precisos. “O estudo está em uma fase inicial, começamos a atuar em fevereiro, e é feito um monitoramento a cada 15 dias. Nossos técnicos vão a campo fazer esse monitoramento das andadas dos caranguejos”, disse.

Monitoramento da espécie é feito no litoral do Amapá. Foto: Divulgação/Costamar

A definição da data correta de reprodução permite que a andada reprodutiva aconteça corretamente, ainda segundo Jonas.

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“A andada reprodutiva do caranguejo é aquele momento onde eles saem para acasalar e fazem uma recuperação do seu estoque natural. O defeso é quando ele cobre esse período, permitindo que o caranguejo faça essa reprodução sem que aja a interferência do caranguejeiro pegando ele”, explicou o supervisor.

O estudo já foi realizado em outros estados, onde foram registrados novos períodos de defeso, com mudanças previstas no calendário de conservação da espécie.

“O benefício de deixar o caranguejo reproduzir no momento correto, é que existem menos conflitos com a fiscalização e permite mais economia. O caranguejeiro pode estar levando o alimento para a sua mesa sem que esses problemas ocorram”, finalizou Jonas.

*Por Isadora Pereira, da Rede Amazônica AP

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