Além da carne nobre, conhecida como o “bacalhau da Amazônia”, também é possível extrair mais de 2 m² de couro sustentável. Esta pele do peixe também está sendo testada para, depois de curtida, abastecer o mercado europeu de moda, a princípio em parceria com uma indústria de Icoaraci, distrito próximo do município de Benevides. O material é conceituado, exótico, biodegradável e, portanto, disputado no estilismo de luxo. O foco são roupas, sapatos, bolsas e cintos.
“Existem muitas possibilidades para que o produtor de pirarucu explore a cadeia produtiva. O couro é um potencial tão grande que pode até se tornar um subproduto perto da carne, em termos de lucro”, aponta o engenheiro de pesca da Emater Victor Tiago Catuxo, especialista em Gestão Ambiental.
De acordo com o produtor Arima, a atividade alcança um lucro de 100%. “Ao contrário do couro bovino, o impacto ambiental da produção do couro do pirarucu é mínimo, sem poluentes pesados. Além disso, o produto final é de muita qualidade: macio, maleável, com textura ímpar. O couro de pirarucu também pode ser tingido de várias cores”, explica.
Em Benevides, a Emater assiste a outros três piscicultores de pirarucu. A idéia é que, com os projetos bem-sucedidos e os mercados singularizados, as comunidades expandam as perspectivas e as ofertas e as demandas aumentem.os produtores rurais querem é a revisão do laudo antropológico que serviu de base para a demarcação da terra indígena, “tendo em vista que os próprios caciques da região já reconheceram que ali não é terra deles”.