E apesar de toda degradação da fauna e flora, ainda há esperança. A prova disso é a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo
Criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional da Biodiversidade visa conscientizar a população sobre a importância da diversidade biológica, além da necessidade de proteção da vida. E apesar de toda degradação da fauna e flora, ainda há esperança. A prova disso é a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, que abriga muitas espécies de animais, plantas e frutos, algumas inclusive nunca vistas pelo homem.
O Portal Amazônia preparou uma lista com animais e frutas que foram encontrados na região; confira:
Monodelphis saci
Alguns animais apesar de numerosos só não são encontrados por ausência de dados, como por exemplo, o caso do marsupial batizado de Monodelphis saci, descoberto por pesquisadores do Brasil e Estados Unidos, incluindo a cientista, Silvia Pavan, do Museu Paraense Emilio Goeldi. O nome Saci foi escolhido por conta da tonalidade avermelhada dos pelos do animal.
Representantes do gênero Monodelphis são popularmente conhecidos como catitas (ou cuícas-de-cauda-curta). São da mesma família do gambá – conhecido na Amazônia como mucura – mas bem menores (variam de 7 a 20 centímetros de comprimento). Possuem hábito terrestre a semi-fossorial, o que quer dizer que apresentam algumas adaptações físicas para cavar e realizar atividades no subsolo. Para a espécie em questão, Monodelphis saci, o comprimento do corpo é de cerca de 10 centímetros.
Rã-Cuidadora
Descoberta no início deste ano, pelos pesquisadores Paulo Melo, Renan Oliveira e Ivan Prestes, a nova espécie de rã-cuidadora, a Allobotes tinae, foi nomeada em homenagem a pesquisadora Albertina Pimentel Lima. A principal característica da pequena rã é uma faixa lateral marrom escura.
Rã-cuidadora é o nome popular (traduzido do inglês “nurse frog”) que os biólogos usam para designar as espécies de anuros que cuidam de sua prole em algum estágio do desenvolvimento, mais especificamente com o transporte dos girinos no dorso até um ambiente que seja seguro para ele completar sua metamorfose.
Pupunha branca
E quem disse que só os animais fazem parte da biodiversidade da Amazônia? Por exemplo, a pupunha, alimento tem consumido na culinária regional também tem suas surpresas. No Pará, a professora Orquídea Vasconcelos dos Santos, encontrou a pupunha albina, chamada cientificamente de Bactris gasipaes kunt.
Como o nome sugere, a pupunha albina possui a coloração branca, bem diferente das cores com as quais estamos acostumados. De acordo com a pesquisadora, pela aparência, já é possível perceber que o fruto perdeu vitamina A, pois esse composto é responsável pela característica cor avermelhada.
Além disso, o óleo da pupunha branca também sai perdendo em comparação com as outras, pois possui entre 10 e 15% a menos de teor lipídico. Esse aspecto faria a albina pouco competitiva. Em compensação, o seu valor de fibras é maior do que o das outras espécies.
Voz de passarinho
Alguns animais são conhecidos pelos sons que emitem, mas uma nova espécie de rã surpreendeu ao entoar um canto mais parecido com o de uma ave. A descoberta foi publicada no periódico American Museum Novitates. O sapinho pertence ao gênero Adenomera, que inclui diversas outras espécies distribuídas em quase toda a América do Sul.
A diversidade do grupo ainda é subestimada e muitas espécies têm sido reveladas a partir de estudos genéticos e bioacústicos (área da biologia que estuda os sons emitidos pelos animais).
O nome da espécie é uma alusão ao seu canto. Os pesquisadores explicam que o nome ‘phonotriccus’ quer dizer aquele que tem “voz” de “triccus”, onde triccus geralmente identifica um grupo de passarinhos que inclui diversas espécies de papa-moscas e maria-sebinha.
Orquídea rara
A orquídea ‘Lepanthes suelipinii’ foi encontrada em 2018 durante estudos de preservação ambiental e o reconhecimento aconteceu em março, com uma publicação científica na revista Biota Amazônia, da Universidade Federal do Amapá (Unifap). A identificação da orquídea, batizada de ‘Lepanthes Suelipinii’, contou com a participação especialistas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio).
O nome da nova orquídea foi em homenagem a única mulher desembargadora do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), Sueli Pini, por conta da representatividade da magistrada no estado.
Sapo Bilíngue
Sim, um sapinho bilíngue. Ele é da espécie Amazophrynella bilinguis, e sua incidência ocorre na Fazenda Taperinha, região de Santarém, no Pará. A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia.
Segundo os pesquisadores, os sapos têm uma única vocalização com som próprio, o que chamam de canto de anúncio, mas no caso da descoberta, a nova espécie emite sons diferentes. Da coleta dos sons até a publicação do artigo, anunciando o “sapinho” bilíngue, foram sete anos de pesquisa que culminou com a publicação.