Foi aberto nesta segunda-feira (19), em Brasília (DF), a oitava edição do Fórum Mundial da Água. Organizado pelo Conselho Mundial da Água, em parceria, entre outros, com o Ministério do Meio Ambiente e a Agência Nacional de Águas (ANA), o fórum é o maior evento global sobre o tema. Deverá reunir 10 mil congressistas e 45 mil visitantes. É a primeira vez que ocorre no Hemisfério Sul.
Segundo os organizadores, o fórum tem como objetivos “promover a conscientização, construir compromissos políticos e provocar ações em temas críticos relacionados à água para facilitar a sua conservação, proteção, desenvolvimento, planejamento, gestão e uso eficiente, em todas as dimensões, com base na sustentabilidade ambiental, para o benefício de toda a vida na terra”.
As atividades do fórum serão concentradas no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, no Eixo Monumental, e no estádio Mané Garrincha, que fica ao lado, onde foi montada megaestrutura para abrigar a Vila Cidadã, a Feira e a Expo.
Uma série de medidas para a conservação ambiental no Brasil devem ser anunciadas pelo Governo Federal durante o evento, em especial para a proteção e uso sustentável dos recursos hídricos.
Uma das iniciativas prevê a assinatura de decretos de criação e ampliação de unidades de conservação (UCs), com destaque para as Áreas de Preservação Ambiental e Monumentos Naturais de São Pedro e São Paulo (PE) e Trindade e Martin Vaz (ES).
Com a criação das unidades, localizadas nos dois pontos mais extremos da costa, o Brasil atingirá o índice de 25% de áreas marinhas protegidas, superando uma das metas de Aichi, que sugere aos países a preservação de pelo menos 17% de seus mares.
Outras unidades de conservação deverão ser criadas ou ampliadas no decorrer do fórum, entre elas um parque nacional, reservas extrativistas e reserva biológica. Além disso, o governo apresentará o Plano Nacional de Fortalecimento das Comunidades Extrativistas e Ribeirinhas (Planafe).
Há ainda a expectativa de anúncio do reconhecimento dos novos sítios Ramsar brasileiros: o Rio Negro (AM), o Estuário do Amazonas e seus Manguezais (AM) e o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PE).
As propostas, com os devidos estudos, já foram encaminhadas ao Secretariado da Convenção das Zonas Úmidas de Importância Internacional, na Suíça, a quem cabe a decisão. O sítio Ramsar do Rio Negro será o maior do mundo.
Campanha
Ainda durante o fórum, será lançada a campanha “Pato Mergulhão: Embaixador das Águas no Brasil”. A ideia é preservar a ave considerada criticamente ameaçada de extinção. Segundo pesquisadores, há hoje no mundo apenas cerca de 200 exemplares da espécie, que é um bioindicador de água limpa.
Está programado, também, o lançamento do aplicativo Água Doce, com dados sobre as ações do programa do ministério que produz água de qualidade para comunidades do semiárido brasileiro. O App vai permitir interações entre usuários, gestores e a população em geral.