Beija-flor ou pica-flor? Conheça 3 fatos curiosos sobre a popular ave na Amazônia

No Mato Grosso, Estado que faz parte da Amazônia Legal, ele é conhecido por diversos outros nomes, como ariramba e guainumbi, por exemplo.

Os colibris, ou beija-flores, são aves que encantam por tamanha agilidade em um corpo diminuto. O beija-flor (Trochilus) é uma ave da ordem Trochiliformes que pertence a família Trochilidae, muito popular em todo o Brasil e possui, atualmente, cerca de 330 espécies catalogadas. Algumas, como rabo-branco-rubro, beija-flor-de-garganta-verde e beija-flor-de-garganta-azul podem ser encontrados na Amazônia.

É um pássaro que se alimenta de pequenos animais e do néctar de plantas, cujo bico comprido ajuda na hora de extrair o alimento com facilidade, fornecendo energia rápida para eles, que possuem metabolismo acelerado.

Uma das características que mais encantam quem vê um beija-flor é que eles voam em pontos fixos e chegam a pairar no ar.

No Mato Grosso, Estado que faz parte da Amazônia Legal, ele é conhecido por diversos outros nomes, como ariramba e guainumbi, e ainda chupa-flor ou pica-flor. 

O analista de pesquisa do Instituto de Desenvolvimento Mamirauá, Pedro Meloni Nassar, relatou ao Portal Amazônia algumas peculiaridades da espécie.

“Existem 88 espécies registradas e muitas espécies que ocorrem na Amazônia, algumas endêmicas, como o rabo-branco-amarelo e o topázio-de-fogo”, comentou o pesquisador.

Chlorestes notata, o beija-flor-de-garganta-azul. Foto: Pedro Nassar/Cedida

Como e onde essas aves podem ser vistas com mais frequência? Nassar explica que essas aves podem ser observadas com facilidade, mas alerta que em alguns pontos turísticos usam técnicas que podem ser prejudiciais para atraí-los. 

“Há espécies florestais e de áreas naturais abertas que vivem nas cidades. Sempre é mais fácil observar áreas mais abertas, pela visibilidade mesmo. Existem estratégias para atrair beija-flores. Algumas pousadas  e iniciativas de turismo utilizam bebedouros para atraí-los, mas também é possível fazer em casa mesmo. A partir do momento em que aprendem, eles frequentam bem os bebedouros, aí a observação é fácil, mas é preciso se atentar aos cuidados com os bebedouros, mantendo-os limpos e trocando a água sempre’’, explicou Pedro.

O biólogo explicou também que os beija-flores enxergam muito bem, identificando cores no espectro ultravioleta, e que essas aves apesar de parecerem delicadas, são muito territorialistas e defendem suas áreas de outras espécies.

Curiosidades

Essas aves comem para se mover e se movem para comer. Isso porque elas precisam visitar cerca de 2 mil flores diariamente, por isso chegam a 80 quilômetros por hora em seus voos. O coração também acelera, pois alcança 1.200 batimentos por minuto, 12 vezes mais que o coração de um ser humano, que bate de 60 a 100 vezes por minuto.

Assim, a velocidade que eles batem as asas também é alta, tão rápido que os olhos humanos não conseguem acompanhar. Alguns possuem a capacidade de bater as asas até 80 vezes por segundo, uma rapidez considerada muito grande quando se leva em consideração o tamanho pequeno da animal. 

Qual a maior e qual a menor espécie de beija-flor? 

Menor espécie: tem cores atípicas, cerca de 6,5 centímetros e apenas 3 gramas. Este é o Lophornis magnificus ou topete vermelho, tem um leque de cada lado do pescoço de cor branca que terminam em uma faixa verde, já a fêmea não possui o topete vermelho e nem o leque no pescoço.

Lophornis magnificus – topete vermelho. Foto: Rudimar Narciso Cipriani.

Maior espécie: Topaza pella ou Beija-flor-brilho-de-fogo é considerado o maior beija-flor do Brasil. O macho pode chegar a 20 centímetros de comprimento e a fêmea 12 centímetros, sendo mais da metade do comprimento correspondente à cauda.

Topaza pella – Beija-flor-brilho-de-fogo. Foto: Rudimar Narciso Cipriani

Dúvidas dos leitores

Como os beija-flores voam? E por que é tão diferente, como “ficar parado no ar”?

Pedro Nassar: Os beija-flores tem um metabolismo muito rápido, batem as asas muito, muito rápido, chegando a 80 batidas por segundo. Por bater muito rápido as asas parece que ficam parados no ar. E eles também conseguem voar para trás.

Tem como saber se o beija-flor é macho ou fêmea?

Pedro Nassar: Isso depende da espécie. Na biologia a gente chama de “dimorfismo sexual”. Algumas espécies a gente percebe claramente qual é macho e qual é fêmea, seja por diferença no tamanho, nas cores ou em algum detalhe do corpo. É preciso olhar [detalhadamente] para as características e ver qual é qual. 

Quantas vezes por ano se reproduz?

Pedro Nassar: Pergunta difícil, mas vai variar de cada espécie. O que se tem na literatura é que, de modo geral, a partir da oviposição até a independência dos filhotes, leva cerca de 45 dias.

E aí? Você tem mais dúvidas sobre os beija-flores?

*Por Karleandria Araújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

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