Banco é multado em R$ 47 mi por financiar cultivo em área proibida no Mato Grosso

O Ministério Público Federal (MPF) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) iniciaram na última quarta-feira (19) uma operação de combate ao desmatamento na Amazônia. O objetivo principal é punir empresas que utilizam materiais agrícolas de áreas proibidas. Os valores das multas aplicadas chegaram a R$ 170 milhões. Entre os infratores estão fazendeiros, empresas, produtores rurais e o banco Santander, multado em R$ 47,5 milhões. 

Desmatamento é crescente no Mato Grosso. Foto: Divulgação
As investigações levaram os fiscais a um suposto esquema de cultivo de milho e soja em áreas embargadas pelo Ibama na Amazônia. A produção seria financiada por tradings, ou seja, empresas que atuam como intermediárias entre fabricantes e compradores em operações de exportação ou importação. O banco Santander teria feito o financiamento para produção em uma dessas terras embargadas.

De acordo com o coordenador-geral de fiscalização do Ibama, Jair Schimitt, essa nova estratégia de fiscalização já é adotada em outros países para controle ambiental. “O que a gente espera é que eles adotem procedimentos mais rigorosos e não financiem ou não comprem produtos de quem desmatou ilegalmente. Se você é um produtor, utilizou meios ilegais e depois não tem para quem vender o seu produto, vai se desmotivar a desmatar ilegalmente de novo, porque você não vai ter para quem comercializar. A expectativa nossa é reduzir o desmatamento a partir do autocontrole na cadeia econômica”, disse.

A ação começou no Mato Grosso, mas outras operações serão realizadas nos demais estados da Amazônia. Por meio de nota, o Santander informou que não foi notificado dessa autuação e, portanto, ainda não pode se manifestar quanto ao mérito da matéria. O banco afirmou ainda que cumpre rigorosamente a legislação vigente e adota as melhores práticas do mercado no que diz respeito às políticas socioambientais.

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