Ameaçado de extinção, cachorro-vinagre é registrado pela primeira vez no Parna Montanhas do Tumucumaque

Registro foi realizado durante monitoramento do ICMBio com o uso de câmeras.

Uma matilha de cachorro-vinagre, ameaçado de extinção, foi registrada durante um monitoramento da biodiversidade no Amapá. Essa foi a primeira vez que ocorreu o registro dessa espécie no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, a maior unidade de conservação do país.

O registro foi feito por equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que monitoram a área preservada, que possui cerca de 3,8 milhões de hectares e está localizada nos estados do Amapá e do Pará.

Registro ocorreu durante monitoramento da biodiversidade no parque. Foto: Divulgação/ICMBio

Fernanda Colares, analista ambiental do ICMBio, explicou que a aparição é rara. 

“É um canídeo raro e de difícil registro. Já havia sido identificado através de relatos de moradores da região, mas essas fotos confirmaram a existência da espécie no interior do parque”,

descreveu a analista.

Sobre o cachorro-vinagre 

Especialistas da reserva contam que o cachorro-vinagre é a mais rara dentre outras cinco espécies de cães selvagens que são encontrados no Brasil – lobo-guará, cachorro-do-mato, raposa-do-campo, graxaim-do-campo e cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas.

O animal têm o corpo comprido, orelhas arredondadas e pernas curtas, com membranas interdigitais entre seus dedos, facilitando a locomoção na água. Possuem uma coloração castanho-avermelhada, e os filhotes nascem acinzentados.

É o menor entre os canídeos brasileiros, medindo entre 57 e 75 centímetros de comprimento, entre 12 e 15 centímetros de cauda e pode pesar de 5 a 8 quilos. 

Como ocorre o monitoramento 

Mais de 60 câmeras foram instaladas. Foto: ICMBio/Acervo

Para se conseguir os registros, mais de 60 câmeras fotográficas foram instaladas em pontos estratégicos do parque.

O registro foi feito durante o terceiro monitoramento, que integra o Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio, em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP).

Esse trabalho vem tornando-se padrão em monitoramentos de florestas tropicais. A partir dele já foram registrados mamíferos e aves terrestres.

Os equipamentos foram feitos por jovens da comunidade Sete Ilhas, localizada na Perimetral Norte, no município de Pedra Branca do Amapari, que receberam treinamentos para operar o equipamento.

As outras espécies já registradas pelo programa foram: anta, irara, queixada, jacamim, mutum, onça-parda, capivara, veado, cutia, tatu, gato-maracajá, jaguatirica, entre outras.

O parque foi criado em 2002 e possui uma área total de 3.864.443 hectares na Amazônia, tornando-o o maior parque nacional do Brasil e um dos maiores do mundo.

A unidade está localizada entre os estados do Amapá e Pará e abrange os municípios amapaenses de Calçoene, Laranjal do Jari, Oiapoque, Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio. Já do lado paraense o município de Almeirim é alcançado pelo parque.

O parque é atravessado pelas nascentes de 3 dos maiores rios do Amapá: Araguari, Oiapoque e Jari. A vegetação tropical pode ser vista a grandes distâncias, principalmente por conta do tamanho das árvores. 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Papai Noel pela Amazônia: projeto supera desafios da seca para levar brinquedos às crianças ribeirinhas

De barco, a pé, pegando carona pela lama e até remando, ele segue sua missão de entregar brinquedos para inúmeras crianças, mantendo uma tradição que já dura 26 anos.

Leia também

Publicidade