Adepará apreende tomates produzidos no Amapá para impedir contaminação

As ações sanitárias realizadas pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) para combater a praga Bactrocera carambolae, mais conhecida como mosca da carambola, levou à apreensão, nesta segunda-feira (26), de quase 70 quilos de tomates, que saíram do município de Santana, no Amapá, em direção a Almeirim, no oeste do Pará. A carga, que foi detida no Porto de Almeirim, pela equipe de barreira da Adepará, seria comercializada em território paraense.

A apreensão ocorreu porque a legislação não permite que hortifrutigranjeiros, como o tomate (hospedeiro da mosca da carambola), transitem fora do Amapá, pelo fato de o estado ainda registrar ocorrências da praga.

Foto: Reprodução/Adepará
Segundo o engenheiro agrônomo Everaldo Chaves, gerente regional da Adepará em Almeirim, não é possível afirmar se o tomate apreendido estava ou não contaminado. “É preciso entender que há mosca no Amapá, e no Pará não há mais. Por isso, é proibido o trânsito de algumas culturas do Amapá para qualquer estado que não tenha mosca da carambola, como é o caso do Pará, independentemente se a carga está ou não contaminada pela praga”, explicou.

A equipe da Adepará lavrou o auto de infração e os termos de apreensão e destruição da carga. Os tomates apreendidos serão ensacados e expostos ao sol por no mínimo três dias, para acabar com qualquer possível larva da mosca da carambola. “Para complementar a ação, ainda faremos um jato de um tipo de agrotóxico usado no combate à praga, para que esteja garantida a não proliferação em nosso Estado”, informou o gerente.

Educação sanitária

Everaldo Chaves disse ainda que durante a apreensão “realizamos uma ação de educação sanitária, orientando não apenas o transportador autuado, mas também o dono da embarcação, que tem conhecimento sobre a legislação, segundo a qual é proibida a saída desses produtos do Amapá diante do risco de proliferação”.

Para Ivaldo Santana, diretor de Defesa e Inspeção Vegetal da Adepará, a manutenção de ações de monitoramento e controle preventivo realizadas pela Agência é importante para que a praga não atinja o território paraense. “Atualmente, a mosca da carambola está restrita ao Amapá, mas por fazer fronteira com o Pará, o risco de contaminação é iminente. Por isso, o cuidado é redobrado, para que a sanidade da nossa produção esteja preservada e a comercialização dos nossos produtos esteja com os mercados garantidos”, acrescentou.

Mosca da carambola

Com o nome científico de Bactrocera carambolae (da família Tephritidae), a mosca da carambola é considerada uma ameaça à fruticultura mundial. Ela ataca várias espécies frutíferas, como carambola, manga, caju, laranja, tangerina e jambo vermelho. Os danos causados podem ser observados diretamente nos frutos, onde os insetos depositam os ovos. As larvas perfuram e consomem a polpa dos frutos, tornando-os impróprios para o consumo. A praga também induz à maturação precoce, queda e apodrecimento do fruto, reduzindo a produção.

Os prejuízos podem causar forte impacto socioeconômico, já que a fruticultura nacional tem grande relevância para a economia do país, com diversos produtos na pauta de exportação. A praga ainda dificulta a exportação de frutas e requer o aumento do uso de agrotóxicos, o que encarece a produção e afeta o meio ambiente.
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