Projeto visa integrar saberes indígenas com tecnologias de produção sustentável por meio de SAFs

O projeto promove a segurança alimentar e nutricional, beneficiando diretamente 900 indígenas de seis aldeias no Mato Grosso.

Foto: Reprodução/Programa REM MT

O Programa REM MT apoia um projeto de criação e manutenção de Sistemas Agroflorestais (SAFs) em seis aldeias do Parque Indígena do Xingu. O projeto, que está em fase final de execução, é coordenado pelo Instituto de Pesquisa Etno Ambiental do Xingu (IPEAX) e visa integrar os saberes tradicionais indígenas com tecnologias de produção sustentável por meio da implantação de SAFs.

O projeto promove a segurança alimentar e nutricional, beneficiando diretamente 900 indígenas, sendo a maioria mulheres, das aldeias Piyulaga, Pyulewene, Moygu, Kurere, Moitará e Capivara, dos povos: Waurá, Ikepeng e Kawaiwete.

Com um investimento de R$198 mil, a iniciativa amplia a produção de alimentos de forma sustentável, realizando a expansão do uso de SAFs, respeitando os conhecimentos indígenas e adaptando-os às demandas atuais.

Além de melhorar a qualidade do solo e das plantações, o projeto busca consolidar um modelo participativo de gestão das roças, envolvendo homens, mulheres e jovens em todas as etapas da produção. Dois indígenas por área foram capacitados e remunerados como bolsistas para atuar na implantação e manutenção das roças, garantindo a multiplicação do conhecimento para outras aldeias interessadas.

O coordenador do Subprograma Territórios Indígenas do REM MT, Marcos Antônio Camargo Ferreira, destacou a importância desta iniciativa:

Os alimentos produzidos nos SAFs são compartilhados entre os membros das aldeias, assegurando alimentos de qualidade e a expansão da produção. Foram cultivados: abacaxi, pequi, banana, café, ingá, jenipapo, mandioca, mamão, palmeira e pimentas.

Por meio do apoio técnico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), a iniciativa também ofereceu oportunidades de pesquisa e disseminação de conhecimento, promovendo a sustentabilidade ambiental no Parque Indígena do Xingu.

Este projeto é um exemplo de como a integração entre conhecimentos indígenas e novas tecnologias pode garantir a preservação das práticas ancestrais, ao mesmo tempo em que atende às demandas alimentares e ambientais dos territórios indígenas, como enfatiza Marcos Antônio Camargo Ferreira.

“O apoio do Programa REM MT é crucial para fortalecer ações para mitigar a crise climática. Com iniciativas que promovem a agroecologia e a conservação, estamos contribuindo diretamente para a redução das emissões de CO2 e para a preservação da biodiversidade. Este trabalho é um exemplo de como a união entre conhecimento indígena e inovação pode transformar não só as aldeias, mas também inspirar soluções eficazes para a luta contra as mudanças climáticas em todo o mundo”, disse Marcos.

Para registrar toda a experiência e os resultados do projeto, o Instituto de Pesquisa Etno Ambiental do Xingu, com o apoio do Programa REM MT, produziu um vídeo documentário:

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