Exposição de ‘nankins’ destaca personagens da história de Rondônia

A mostra acontece em Vilhena, com entrada franca.

O artista gráfico e ilustrador Cleidson Freitas, 34, nasceu na cidade de Cabixi [sul de Rondônia]. Mas foi em Vilhena — cidade-polo da região, onde ele mora — que revelou-se como chargista nas páginas de um jornal semanário, a ‘Folha do Sul’. Depois, partiu para outros experimentos no mundo das artes visuais. Utiliza as mais variadas técnicas de desenho e pintura, inclusive a digital.

Agora, depois de tantos trabalhos e um percurso de anos de estrada, Cleidson está de volta às raízes, apresentando trabalhos feitos à mão, com ‘nankin’ — um tipo de tinta que era onipresente nos estúdios e agências de publicidade antes da invasão dos computadores e softwares próprios para desenhistas, engenheiros e arquitetos.

Locomotiva da EFMM. Foto: Reprodução

Cleidson apresenta sua primeira exposição individual, titulada ‘Nankin – Nosso Legado’, com o olhar ancestral e carregado de nostalgia; foi inaugurada dia 7 de julho e encerrará em 2 de agosto, das 14h às 22h, no Espaço Cultural ‘Marechal Rondon’. A entrada é franca. O evento é parte da programação do 5º Sicoob Sabor — Festival Gastronômico de Vilhena.

As obras com traços primitivistas de Cleidson mostram ícones da história de Rondônia, a exemplo de locomotivas das Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e do Real Forte Príncipe da Beira. Contudo, o destaque fica por conta dos pequenos retratos estilizados de personagens históricas e contemporâneas do Estado.

Cleidson Freitas: viagem a ancestralidade. Foto: Divulgação

Trajetória

Desde muito menino, Cleidson se interessou por desenho artístico ao observar sua mãe (“uma pedagoga muito amorosa”, como ele a define) a criar os cartazes, de modo artesanal, para a congregação religiosa que ela fazia parte. Surgiram os primeiros riscos descoordenados de uma criança de seis anos.

E Cleidson não parou mais. Amadureceu de forma autodidata. Atingiu um alto nível sem nunca ter tomado lições de técnicas artísticas. Os materiais utilizados – tudo, desde o início – representaram uma saga, “com tentativas, erros e acertos incessantes”, para o seu aperfeiçoamento.

Foi na sala de arte-final do jornal em que trabalhou durante três anos que se interessou por softwares de edição e se tornou também designer gráfico. A partir da mescla da língua portuguesa com os conhecimentos em artes que adquiriu, ao longo desta trajetória de estudo e trabalho, obteve o status de consultor para o desenvolvimento de marcas no mercado local, redator de publicidade e ilustrador das mais diversas publicações.

O artista está cursando o último período do curso superior de Letras, cujo tema de sua monografia é seu próprio livro de poesia infanto-juvenil ilustrado, que será lançado em 2023. 


Dança siriri é ouro na Europa 

O grupo de dança siriri ‘Flor Ribeirinha’, do Mato Grosso, conquistou o troféu ‘Golden Peak’ na Bulgária. Venceu a 26ª edição do ‘Vitosha Internacional Folklore Festival’ (Vitosha IFF).

A manifestação artística é típica do Estado vizinho — e também do Mato Grosso do Sul e de Goiás. O ‘Flor Ribeirinha’ faz turnês em diversos países e no Brasil. Em 2017 sagrou-se campeão no Festival Internacional de Arte e Cultura, na Turquia.

O ritmo e as alegorias misturam elementos das culturas indígenas, com influências hispânico-lusitanas. Uma explosão de cores e ritmos que encantam os que apreciam a arte popular, com raízes ameríndias.

Dona Domingas: criadora do grupo. Foto: Luis Pablo Trentin Mack

A folclorista Domingas Leonor, ou simplesmente ‘Dona Domingas’, criou o grupo em 1993, na terra natal de Marechal Rondon — o patrono de Rondônia. Vale lembrar que, em um dia já distante, toda esse lugar onde estamos [a cidade de Vilhena, onde moro, incluída, é claro] era o enorme estado do Mato Grosso, que cedeu suas terras para criar o Território Federal do Guaporé, atual Rondônia, em 1943. O siriri está, portanto, também na essência rondoniense. E o Mato Grosso está na Amazônia Legal. Portanto, a alegria é total pela conquista do estado-pai com o grupo ‘Flor Ribeirinha’.

Em tempo: Rondônia deve para si mesma um intercâmbio cultural mais estreito com os estados vizinhos. Aqui, temos também muito a apresentar — e a receber do Acre, do Amazonas, do Mato Grosso! E, ainda, da Bolívia.

As imagens do grupo

As fotos aqui publicadas retratam uma passagem do grupo por São Paulo. São de autoria de Luis Pablo Trentin Mack que, por sinal, é — além de excelente fotógrafo — dançarino, diretor de teatro e artista plástico. Ele contribuiu com o grupo quando viveu em Mato Grosso. PS: Mack também morou em Vilhena. Hoje ele está estabelecido em Sampa, e viajou o mundo clicando.

Sobre o autor

Às ordens em minhas redes sociais e no e-mail: julioolivar@hotmail.com . Todas às segundas-feiras no ar na Rádio CBN Amazônia às 13h20.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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