Cúpula
A Primeira Cúpula de Governadores da Pan-Amazônia pretende ampliar o diálogo com a comunidade internacional a partir do debate sobre crise ambiental, notadamente o aspecto climático, um dos mais afetados pela destruição de florestas e demais ecossistemas.
A reunião na Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano será realizada até às 19h, desta segunda-feira (28) e tem como tema “Caminhos e Compromissos para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia”. A Cúpula de Governadores pretende ampliar o diálogo entre os governos subnacionais amazônicos e a comunidade internacional, no contexto da crise climática e do enorme desafio que o cenário atual representa para as sociedades e governos amazônicos.
Na abertura, o cardeal brasileiro Dom Cláudio Hummes, relator-geral do Sínodo para a Amazônia, evento presidido pelo Papa Francisco e encerrado no domingo (27), destacou a importância de “discutirmos a possibilidade de vida do planeta e o futuro da humanidade. Precisamos entender que, sobretudo jovens e crianças, devem ser inclusos nesse processo tão importante de desenvolvimento da região amazônica”, ressaltou o cardeal.
Os governadores da Pan-Amazônia terão a oportunidade de apresentar propostas à Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano e levar ao conhecimento do papa Francisco seus compromissos com o desenvolvimento sustentável da Amazônia, tendo como marco conceitual, a Encíclica Laudato Si, os resultados do Sínodo e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS).
A partir da Cúpula de Governadores, os Estados amazônicos pretendem discutir com a comunidade internacional, soluções e mecanismos de financiamento inovadores para implementar políticas, programas e projetos estratégicos para o efetivo desenvolvimento sustentável da Amazônia, especialmente voltados a uma economia de baixas emissões.
Além de Helder Barbalho e Wilson Lima, participam os governadores do encontro os governadores Flávio Dino, do Maranhão; Waldez Góes, do Amapá, e presidente do Consórcio Interestadual para a Amazônia Legal, e Wellington Dias, do Piauí, que representa o Consórcio do Nordeste (parceria entre governadores que visa traçar o planejamento estratégico para a captação de investimentos internacionais destinados ao desenvolvimento da região).
Também estão no Vaticano o ministro do Meio Ambiente da Colômbia, Ricardo José Lozano Picón, chefes do Executivo de nove países que compõem o território amazônico, convidados, autoridades, representantes da sociedade civil e pesquisadores, além de governadores de Estados subnacionais da Bolívia, Peru e Equador.
A cúpula vai discutir desmatamento líquido zero, direitos dos povos indígenas, populações tradicionais, bioeconomia, erradicação da pobreza e valorização dos serviços ambientais prestados ao planeta.
Reunião
Ainda no domingo (27), o governador Wilson Lima ainda se reuniu com dom Cláudio Hummes, relator geral do Sínodo da Amazônia, com o chanceler da Academia de Ciências do Vaticano, Marcelo Sánchez Sorondo, e com o presidente da Fundação Amazonas Sustentável, Virgilio Viana.
Eles trataram da realização da 1ª Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan-Amazônia e da importância das discussões para o futuro da região amazônica. Além disso, o governador do Amazonas destacou o posicionamento do Estado contra qualquer tipo de atividade ilegal praticada e defendeu a necessidade de promover a dignidade humana no processo de desenvolvimento sustentável.
“O Amazonas tem bons exemplos de práticas de desenvolvimento sustentável, mas ele ainda caminha a conta-gotas e o que nós queremos é mostrar um posicionamento efetivo nesse sentido”, afirmou.
Sínodo
A missa na Basílica de São Pedro encerrou as três semanas de assembleia do Sínodo e contou com a participação de indígenas amazonenses, da etnia Apurinã do rio Purus, de São Gabriel da Cachoeira, e também de Maués, além de movimentos sociais e instituições que lutam em defesa da Amazônia. No sábado (26) foi divulgado um documento de 33 páginas com propostas como a criação de uma área para tratar da questão socioambiental dentro do Vaticano.
O Sínodo da Amazônia reúne 185 padres, sendo 57 brasileiros. Além dos bispos, há convidados de outros países, de congregações religiosas, outras comunidades cristãs, da população e especialistas. Os convocados têm a função de debater e de fornecer material para que o papa dê diretrizes ao clero, expressas em um documento chamado exortação apostólica.
O Sínodo da Amazônia a realidade amazônica, com ênfase no combate a crimes ambientais e na construção de políticas públicas efetivas para o desenvolvimento da região.