Peixe e bactéria ampliam exames de qualidade de água em Mato Grosso

Os testes são importantes para a proteção do meio ambiente e da saúde humana, pois fornecem informações sobre os riscos potenciais de poluição.

Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) é a única instituição de Mato Grosso que oferece ensaios ecotoxicológicos, testes laboratoriais que avaliam os efeitos tóxicos de substâncias químicas, amostras ambientais ou outros poluentes sobre organismos vivos. O Laboratório de Biotecnologia e Ecologia Microbiana (LABEM) implementou métodos para realizar estes testes usando o peixe Paulistinha e a bactéria Vibrio fischeri.

Os testes são importantes para a proteção do meio ambiente e da saúde humana, pois fornecem informações sobre os riscos potenciais de poluição. De acordo com o coordenador do laboratório, professor Marcos Antônio Soares do Instituto de Biociências (IB):

“a implementação dos métodos contou com a aquisição e instalação de equipamentos necessários, e capacitação da equipe do LABEM. Estes ensaios permitirão avaliar a ecotoxicidade de amostras de água coletadas nos rios do Pantanal, juntamente com outras análises físicas, químicas e biológicas que serão realizadas paralelamente”.

Peixe e bactéria ampliam exames de qualidade de água. Foto: Willian Gomes/Secom UFMT

O professor explica que uma vantagens dos métodos ecotoxicologicos é a capacidade de informar se uma amostra ambiental, como água, sedimento, efluente, solo; apresenta algum agente tóxico. O exame também avalia qual o nível da toxidez, sem a necessidade de realizar análises químicas muitas vezes complexas, caras em recurso e tempo. 

“Além disso, as análises ecotoxicológicas avaliam não apenas a presença de contaminantes, mas também seus efeitos subletais nos organismos, como alterações no comportamento, reprodução e desenvolvimento”, aponta o professor Marcos Antônio Soares.

Os métodos também levam em consideração as interações complexas entre diferentes contaminantes e os organismos, fornecendo uma visão mais holística do impacto ambiental. “Esses métodos detectam efeitos sinérgicos entre diferentes contaminantes, que podem ser mais graves do que os efeitos individuais”, destaca o coordenador do LABEM. 

Análises contribuem com integração institucional

A adoção dos métodos ajudam no no monitoramento da qualidade da água dos rios da região do Pantanal, como parte dos objetivos do projeto institucional “Monitoramento dos Recursos Hídricos para implementação de políticas públicas de segurança hídrica e alimentar no sistema Planalto-Pantanal”. “O projeto institucional conta com uma equipe inter e multidisciplinar e é coordenado pelo professor Ibraim Fantin da Cruz. O LABEM faz parte dessa equipe de pesquisadores e será o responsável pelas análises eco-toxicológicas e microbiológicas das amostras de água dos rios do sistema Planalto-Pantanal”, relata o professor Marcos Antônio Soares.

O coordenador do LABEM conta que a implementação de ensaios eco-toxicológicos no ano de 2018 utilizando um nematódeo de vida livre como modelo, o Caenorhabditis elegans. “Desde então, o LABEM implementou ensaios com outros organismos modelos, como algas (Chlorella vulgaris e Scenedesmus obliquus), insetos (Galleria mellonella e Tenebrio molitor) e protozoário (Tetrahymena pyriformis). Esses ensaios foram implementados para atender demandas de projetos de pesquisa da UFMT, de outras instituições mato-grossenses e de outros estados. Desde então, a equipe do LABEM realizou algumas centenas de análises eco-toxicológicas com esses modelos”, relata.

A expectativa do professor Marcos Antônio Soares é que a implementação de novos métodos permita mais avanços para o LABEM. “O LABEM conseguirá um grande avanço com a implementação de ensaios com o peixe Paulistinha e a bactéria Vibrio fischeri no ano de 2024 ampliando o portifólio de modelos a serem ofertados para as comunidades interna e externa à UFMT”, finaliza.

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