Café de açaí conquista público nos EUA por meio de startup amapaense

Recentemente a empresa Engenho Café de Açaí fechou a venda de 2,5 toneladas do produto e já tem contrato para a venda na Alemanha.

Participar do Inova Amazônia proporcionou uma mudança no caminho da empresa Engenho Café de Açaí, do Amapá. No ano passado, a startup já havia conquistado o mercado alemão e agora fechou uma venda de 2,5 toneladas da bebida aromática para os Estados Unidos. O produto – que se assemelha ao café e é feito a partir do caroço do açaí – é um sucesso porque promove a redução de impactos ambientais com o descarte da matéria-prima e gera emprego e renda para a população local. O negócio dispõe de registro de marca, selo de origem, rastreamento, procedência e certificações.

“Fechar esse contrato para exportar 2,5 toneladas para os EUA foi realmente gratificante. Para mim e para a comunidade, representa não apenas um marco em nossos esforços de expansão internacional, mas também um reconhecimento do potencial e da qualidade do nosso produto, além de abrir portas para novas oportunidades de negócios”,

conta a proprietária da Engenho Café de Açaí, Valda Gonçalves.

Foto: Divulgação

Como começou 

A empresa foi criada em 2020, durante a pandemia. A ideia de investir no produto surgiu de um problema que a proprietária da Engenho Café de Açaí e o marido viam próximo de casa, com o descarte em lugares inadequados dos resíduos sólidos das agroindústrias do açaí. 

A empresária estima que cerca 24 toneladas de caroços do açaí, somente nas cidades de Macapá e Santana, iriam para o lixo todos os meses. Passar pelo programa Inova Amazônia, do Sebrae, foi fundamental para a startup conquistar os resultados atuais.

“O apoio do Inova Amazônia foi fundamental para chegarmos aonde estamos. Foi através do programa que tivemos nossa primeira experiência internacional, e isso abriu muitas portas para nós. Estamos muito gratos por todo o suporte e a orientação que recebemos”.

Valda Gonçalves, proprietária da Engenho Café de Açaí.

O programa é uma estratégia focada em fomentar, apoiar e desenvolver pequenos negócios, startups, empreendimentos e ideias inovadoras alinhadas à bioeconomia que tenham como premissa a atuação direta ou indireta para preservação ou uso sustentável dos recursos da biodiversidade do bioma. No total, já foram investidos R$ 23 milhões em ações de aceleração, bolsas, eventos, Sebraetec e missões internacionais. 

“Resultados como o da Engenho Café de Açaí demonstram a capacidade que os produtos amazônicos têm de ganhar mercado nacional e internacional. Tenho certeza de que muito em breve teremos outros produtos tão conhecidos mundialmente como hoje é o açaí”,

comenta o analista de inovação do Sebrae, Thyago Gatto.

“É um projeto efetivo e eficaz e mostra que recursos aplicados estão sendo importantes para a região e para o desenvolvimento de empresas da bioeconomia”, completa.

Thyago Gatto também ressalta os ganhos com a promoção de negócios sustentáveis a partir da iniciativa. “Promover o surgimento e o fortalecimento de empresas inovadoras da bioeconomia é o melhor caminho para manter a floresta em pé, demonstrando que a busca pelo lucro deve ocorrer, mas é possível fazer isso em harmonia com a natureza”.

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