Cuscuz, o prato típico nordestino que se tornou queridinho no Norte

O Ciclo da Borracha é um dos motivos da chegada do popular prato feito à base de milho na região.

Foto: Reprodução/TV Globo

Cuscuz com café, ovo, leite ou até uma versão doce, no café da manhã, almoço e até na janta. São vários os jeitos de degustar o prato que é a cara de Rondônia. Mas você sabe onde surgiu e o porquê da massa amarela do milho ser tão popular no estado?

O Grupo Rede Amazônica conversou com o historiador Aleks Paliot, que volta no tempo para explicar como um prato típico do Nordeste se tornou o queridinho do Norte.

Um dos períodos que marcaram a introdução do cuscuz no território futuramente nomeado de Rondônia é o Ciclo da Borracha. Segundo Aleks Paliot, a região recebeu uma grande migração de nordestinos e povos de vários estados.

Os “soldados da borracha” fugiam da seca e chegaram a Rondônia com suas bagagens, cultura e principalmente o cuscuz.

Uma pequena volta no tempo

A história do grãozinho começa antes da combinação entre as culturas do Norte e Nordeste, a origem do prato não é brasileira e sua chegada está ligada a uma época em que pessoas eram separadas de suas famílias e comunidades e obrigadas a viajar em condição cruéis.

Segundo Palitot, o cuscuz veio do continente africano para o Brasil nos navios tumbeiros com os escravizados que eram obrigados a trabalharem com a produção açucareira no Nordeste. De acordo com Paliot foi assim que o alimento foi introduzido na culinária nordestina.

Leia também: Milho chegou ao Brasil pela Amazônia ocidental e foi domesticado ao longo de ondas migratórias

O cuscuz não é somente um alimento: o prato simboliza a identidade desses povos que, por diferentes motivos, tiveram que deixar seu lar.

A mistura e a combinação de diferentes culturas é o motivo para o alimento ser tão popular entre os rondonienses, que hoje após adaptações do prato consomem de diferentes formas e horários.

“Houve um sincretismo gastronômico cultural, entre os nordestinos e os ‘beiradeiros’. Foi assim que o alimento se tornou típico aqui”, conclui o historiador.

Confira abaixo receitas de Cuscuz:

Cuscuz tradicional

O cuscuz tradicional é feito a partir do fubá de milho, que é uma espécie de farinha com flocos finos e que absorvem mais água. Confira abaixo os ingredientes:

  • 2 xícaras de chá de flocão;
  • 1 xícara de chá de água;
  • Uma colher de chá de sal, ou a gosto.

Modo de fazer

  • Em um recipiente misture a farinha de milho com o sal. Coloque água aos poucos e mexa bem. Se possível, deixe hidratar por 5 a 10 minutos.
  • A massa é cozida no vapor de água, para isso é utilizada uma panela específica: a cuscuzeira. Para manusear faça assim: encha o fundo da cuscuzeira com água e encaixe o “cesto de vapor” na panela.
  • Coloque a farinha de milho hidratada no cesto. Tampe e leve ao fogão. Quando começar a ferver a água deixe cozinhar por mais 10 minutos.
  • Depois retire da cuscuzeira e adicione acompanhamentos, são boas pedidas: manteiga, ovo, queijo, frango e carne de sol, por exemplo.

Cuscuz de tapioca com coco e castanha

O Rondônia Rural já ensinou como fazer um cuscuz de tapioca com coco e castanha. Uma versão com ingredientes da amazônica que, segundo a chef Marita Moura, é fácil de fazer (veja no vídeo acima).

Ingredientes

  • 5 xícaras de leite
  • 4 xícaras de tapioca
  • 2 xícaras de coco ralado
  • 1 xícara de açúcar
  • 1 pitada de sal
  • 1 pitada de cumaru

Cobertura:

  • Doce de leite
  • 1 xícara de castanha do Brasil triturada

Modo de fazer

  • Em um recipiente, coloque as quatro xícaras de tapioca, as duas xícaras de coco ralado, uma xícara de açúcar, as cinco xícaras de leite e misture bem. Depois acrescente o sal.
  • Depois escolha a especiaria de sua preferência para aromatizar, pode ser canela. Mas a escolha da Chef foi cumaru.
  • Então deixe essa mistura por 8h na geladeira (confira o ponto correto no vídeo acima).
  • Depois, com a consistência correta, cubra o cuscuz de tapioca com doce de leite e a castanha do Pará.

*Com informações da Rede Amazônica RO

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Real Forte Príncipe da Beira completa 75 anos de tombamento pelo Iphan

Também reconhecido como sítio arqueológico, o Forte é guardião de quase 250 anos de história e elemento integrante da cultura rondoniense.

Leia também

Publicidade