A Comunidade Tumbira, que está dentro da RDS Rio Negro, uma área de conservação ambiental referência no turismo de base comunitária e localizada a cerca de duas horas de barco de Manaus, recebeu nesta terça-feira (10) a primeira oficina pré-COP do projeto “Banzeiro da Esperança”, desenvolvido pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com a Fundação Rede Amazônica.
“Por meio desse mutirão, vamos buscar entender os problemas enfrentados e as soluções encontradas pelas comunidades. Pretendemos apresentar essas propostas nas discussões sobre mudanças climáticas, para que os povos da floresta possam, quem sabe, receber apoio e enfrentar melhor os eventos climáticos extremos”, destacou Virgílio Viana, superintendente da Fundação Amazônia Sustentável.
A atividade funcionou como oficina piloto para testar a metodologia do projeto, que, ao longo dos próximos meses, promoverá cerca de 1.900 encontros em comunidades ribeirinhas e indígenas da região. O objetivo é reunir propostas e relatos para serem levados à COP30, conferência climática que será realizada em novembro, em Belém (PA), com a participação de representantes de 190 países.
“Esse momento inicial da jornada é extremamente especial, pois dá voz a crianças e adolescentes que, muitas vezes, não são ouvidos por autoridades ou em grandes eventos. Agora, eles têm a oportunidade de mostrar ao mundo o que pensam e o que desejam para o futuro. São esses jovens que, no futuro, estarão à frente de suas comunidades. As oficinas revelam o quanto eles estão preocupados com o amanhã. A ideia é levar essas contribuições à COP30, em Belém”, destacou Enoque Ventura, supervisor de projetos da Fundação Amazônia Sustentável.

Durante a oficina, os participantes foram incentivados a refletir sobre temas como identidade e pertencimento, respondendo perguntas como: “Quem sou eu?” e “O que o mundo precisa saber sobre mim?”. A proposta é estimular o protagonismo juvenil em pautas socioambientais.

“O meu trabalho representa um pouco do que quero mostrar para o mundo. Quero que as pessoas entendam o quanto é importante preservar a floresta e garantir que ela continue viva para as próximas gerações. Desejo ver a floresta em pé e que as mudanças climáticas não afetem nossa região”, destacou Gabriel Oliveira, estudante.
Ao longo das próximas semanas, novas oficinas devem ser realizadas em outras comunidades da região amazônica. Até novembro, todas as propostas serão consolidadas e apresentadas às autoridades que participarem da COP30.
“É uma honra participar de um projeto como esse. Desde o primeiro momento em que tivemos acesso à proposta, entendemos que ela está alinhada com os princípios da Rede Amazônica. Acredito que é um projeto diferenciado, talvez único, porque leva a escuta e a fala dos povos da floresta até a COP. Isso nos torna cada vez mais comprometidos com a nossa região”, destacou Phelippe Daou Júnior, CEO da Rede Amazônica.
O projeto “Banzeiro da Esperança” também fará paradas em municípios como Parintins (AM) e Alter do Chão (PA), onde acontecerão oficinas com as comunidades locais. Em Belém, será realizado, a bordo do mesmo barco, um painel temático do projeto “Amazônia Que Eu Quero”.