Amazônia que Eu Quero: especialistas e estudantes debatem bioeconomia no Acre

Especialistas e estudantes se reuniram para discutir o uso da bioeconomia para o desenvolvimento do Acre. O encontro, promovido pela Fundação Rede Amazônica, aconteceu na noite desta quarta-feira (7) no auditório do Sebrae em Rio Branco e faz parte do programa Amazônia que Eu Quero. O painel tinha como tema “Bioeconomia como solução sustentável para as cadeias produtivas no Acre, com ênfase na produção de biojoias e a cadeia da castanha”.

Participaram do painel Marcos Maciente, da Unidade de Desenvolvimento de Políticas Públicas do Sebrae; a pesquisadora da Funtac, Rosângela Melo; Dande Tavares da Rede Cooperacre; e Luiz Ricardo da Secretaria de Turismo e Empreendedorismo do Acre (Sete).

“É sempre importante a gente sentar para essas discussões. Conversar sobre a Amazônia que a gente quer”, ressaltou Débora Holanda, coordenadora do Amazônia Que Eu Quero.

Amazônia que Eu Quero reuniu especialistas e estudantes em Rio Branco — Foto: Geisy Negreiros/g1

Há anos atuando com os processos de produção de castanha no Acre, Dande Tavares comentou o potencial quase ilimitado da espécie amazônica e questionou a falta de engajamento de parte da comunidade para massificar o produto como uma potência econômica.

“É um super alimento, é um produto nativo, é compatível com a floresta em pé e sobretudo tem uma extrema relação de tradição e cultura e identidade com as comunidades da floresta. Por que que a gente não tem o Festival da castanha, a Expo Castanha? É como se muitos [amazônidas] se encolhessem, [como se] a sua autoestima ficasse comprometida e aí o que é bom é o que vem de fora, o gostoso é aquela comida que vem de fora. Identidade e cultura tem relação direta com os negócios”, afirmou.

A opinião foi compartilhada por Rosângela Melo que comentou sobre a importância que a população do estado comece a olhar para o potencial ecológico, econômico e turístico do estado com um olhar diferenciado.

“A gente anda pela floresta e a gente encontra gringos, mas mal encontra pessoas do Acre lá. Eu quero que essa floresta também se abra para o povo do Acre”, enfatizou.

Já Luiz Ricardo da Sete afirmou que o governo do Acre tem trabalhado em conjunto com artesãos para criar soluções tecnológicas que possibilitem o crescimento do setor.

“Quero uma Amazônia que continue Investindo na bioeconomia, na biodiversidade também, que continue apoiando o artesanato local, que é uma riqueza muito grande e também que nós possamos trazer mais tecnologia para desenvolver a nossa Amazônia”, ressaltou.

Por fim, Marco Maciente lembrou o papel do Sebrae no fortalecimento das microempresas, setor que engloba muitos produtores ligados a bioeconomia.

“Ajudamos o estado a criar algumas leis que estão vigentes hoje e que foram políticas iniciadas com debate dentro do Sebrae, na questão da bioeconomia. Temos dialogado com as prefeituras, com o próprio governo do estado e com as lideranças das comunidades para que haja um entendimento, uma simbiose de trabalho que dê as condições necessárias para que esses pequenos produtores possam produzir e comercializar seus produtos de uma forma que não não traga nenhum prejuízo não só para comunidade, nem para Amazônia”, finalizou.

Nesta quinta (8), o projeto promove ainda um encontro para discussão de políticas públicas para apresentar soluções para o desenvolvimento sustentável na Amazônia. O canvas vai ser feito com uma turma do curso de economia da Universidade Federal do Acre (Ufac) às 19h na sede da instituição.

Sobre o Amazônia Que Eu Quero:

Concebido em 2019, o Programa ‘Amazônia Que eu Quero’ é uma iniciativa da Fundação Rede Amazônica e Grupo Rede Amazônica que tem por objetivo promover a educação política por meio da interação entre os principais agentes e setores da sociedade, além do levantamento de informações junto aos gestores públicos e da participação ativa da população, por meio de câmaras temáticas estabelecidas pelo programa, como foi o caso da edição de 2023 que discutiu três eixos centrais Educação, Turismo e Conectividade no contexto Amazônico.

*Com informações de Yuri Gabriel, g1 Acre.

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