Muitos não consideram trabalhos temporários como oportunidades reais para o mercado de trabalho. Alguns encaram apenas como um tempo que passará e pronto. Porém, quem sai na frente é o(a) profissional encara e incorpora esse tipo de trabalho como uma possível efetivação, um projeto de carreira e crescimento profissional.
Os trabalhos temporários surgem diretamente em empresas, em empresas de terceirização de mão-de-obra e autônomos também, sem qualquer vínculo ou registro empregatício formal. Esses últimos (autônomos) quase sempre ficam com demandas em aberto que podem gerar muito dinheiro com mais de um atendimento ao mesmo tempo. No decorrer desse artigo falaremos sobre eles e os outros.
TRABALHOS AUTÔNOMOS
Luzes pisca-pisca em condomínios residenciais
Se analisarmos o período de Natal, muitos condomínios residenciais fazem instalações de luzes pisca-pisca em suas fachadas. Alguns em porte menor, outros em porte maior.
Quantos condomínios fechados temos em nossas cidades? Em período de final de ano surgem muitas demandas que não são atendidas. Uma delas é essa, de decoração e iluminação para o período do Natal. Imagine você que atua com construções, trabalhos elétricos, eletrônicos ou afins: se cobrar R$ 200,00 (duzentos reais) em cada instalação de luzes pisca-pisca terá um mar de oportunidade de renda. Vamos imaginar que você consiga atender dois condomínios por dia. Estamos falando em R$ 400,00 (quatrocentos reais) a cada final de dia. Iniciando esses atendimentos no dia 1 de dezembro (normalmente período que as famílias começam a fazerem instalações), até o dia 20 terá uma média de 20 dias X 400 reais = R$ 8.000,00 (oito mil reais). Esse é o valor que você pode fazer em 20 dias com esse tipo de trabalho autônomo.
As pequenas reformas residenciais
Esse é outro tipo de trabalho que aumenta como demanda em final de ano. Muitos engenheiros e operários de construções podem surfar nessa onda e faturar aquela boa grana extra.
Muitas famílias, com seus 13ºs, investem em pequenas reformas em suas casas, seja estrutural ou de pequenos reparos que durante o ano o orçamento não possibilitou fazer. Vamos calcular uma média de R$ 50,00 (cinquenta reais) por cada reparo? Se fizer quatro por dia, teremos uma média de R$ 200,00 (cem reais) a cada final de dia. Nisso devemos considerar que muitas empresas pagam os 13ºs já em novembro. Ou seja, este é o mês que esses serviços começam a serem procurados. Se criamos uma linha imaginária de 15 de novembro até 20 de dezembro, estamos falando em mais de um mês. Faz um cálculo rápido aí de quanto você poderá ganhar trabalhando nesse período. Ajuda, não?
Além dessas que citei acima, também temos demandas para o preparo de alimentos, costuras e outros.
AS VAGAS TEMPORÁRIAS “CONVENCIONAIS”
Como buscá-las
As melhores formas de buscas são em agências de empregos/terceirizações de mão-de-obra. Normalmente essas empresas enviam grupos de profissionais que passarão de 01 a 03 meses trabalhando em determinada empresa. Ao final desse período, as empresas decidirão se vão efetivar alguém ou não. Assim, a contratação tem tendência de passar a ser diretamente pela empresa que se trabalhou.
Além dessa forma de busca, também temos as buscas feitas com gestores de RH. Alguns comércios optam por trabalharem de maneira individual, sem a presença de uma empresa de terceirização. Nesse caso, as pessoas certas para falarmos são os profissionais de RH, os reais responsáveis por incluírem candidatos(as) nos processos seletivos.
Quais são algumas delas
– Vendedores de loja: profissionais que vão trabalhar atendendo o aumento de circulação de clientes em lojas dos mais diversos ramos.
– Caixas: profissionais que vão suprir o aumento de demanda de compras em comércios. Com o aumento de vendas, muitas empresas ampliam os seus sistemas de recebimentos, abrindo novos guichês ou preenchendo guichês de caixas que ficaram vazios durante todo o período do ano.
– Estoquistas: profissionais que vão atuar na organização do aumento de fluxo de entradas e saídas de produtos em armazéns.
– Profissionais de comércio exterior: profissionais que vão atuar em trâmites burocráticos de importações de produtos para serem vendidos em lojas.
– Auxiliares de lojas: profissionais que dão suporte aos vendedores, em provadores, recebimentos de pagamentos, organização de pedidos e outros. Normalmente são contratados por lojas de confecções ou afins.
– Motoristas: profissionais que normalmente são contratados por empresas de maior porte. Eles dão suporte nos transportes de entradas e saídas de produtos de lojas. Com o aumento de vendas em período festivo, a rotatividade de armazéns aumenta significativamente.
E AS CHANCES DE EFETIVAÇÃO APÓS ESSE PERÍODO TEMPORÁRIO?
Em anos anteriores, o percentual de efetivações girava sempre entre 30 a 45%. Ou seja, a cada 10 profissionais, 03 ou 04 eram contratados de forma efetiva. Com a tendência de crescimento de 14% em contratações temporárias neste ano, a tendência é que esse percentual de efetivações cresça. Dessa forma, com uma visão particular, creio que o crescimento passe de 60%. Esse quantitativo não acompanha o crescimento de 14% no cenário geral, porém, muitas empresas estão buscando substituições no quadro de funcionário, o que pode aumentar muito as efetivações após o período temporário.
Para que isso ocorra de fato, o(a) profissional que for contratado(a) de forma temporária precisa ter a consciência de que está sendo avaliado(a) a cada segundo, a cada ação, a cada iniciativa. Esse é o grande segredo para uma efetivação após o período temporário.
Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.