O grande desafio se tornou a relação entre os membros da família. O que era a grande força, transformou-se em um entrave para o negócio, pelos conflitos que começam a surgir entre eles.
No mundo convencional das empresas, há uma separação clara entre o tempo do trabalho e o tempo da família; o espaço da empresa e o espaço da família; a posição de chefe e a posição de pai ou do marido. Tudo bem separado e em ordem.
A questão é quando tudo isto se mistura: os tempos, os lugares e as posições, como neste o caso. Aqui, o trabalho e a família ocupam o mesmo espaço. Não há mais o “sair para o trabalho e voltar do trabalho”.
O trabalho pode ser feito a qualquer hora. Há a sensação de se estar sempre ocupado. Esta percepção pode não ser traduzida em horas reais de produção que, muitas vezes, pode ser até menor do que se estivessem em uma empresa, por exemplo, mas nem por isto é menos pesada a sensação. É preciso separar os tempos para o trabalho e para a família.
Quanto a posição, o comercial da empresa é o pai e é o marido. A financeira é a mãe e é a esposa. Os colaboradores são também os filhos. Todos são família e colegas. Mas pai e mãe não são coleguinhas (frase que gosto sempre de lembrar às minhas filhas). Podem e devem ser amigos, mas ocupam o Jishoi de pai e de mãe. Com o passar do tempo, a autoridade se modifica, mas eles serão sempre pai e mãe. No caso da família de Aylton e Vanessa, quando é que está falando o chefe e quando está falando o pai ou a mãe, o marido ou a mulher?
O maior desafio deles, no momento, não é o mercado ou a questão financeira, mas colocar ordem no Jishoi. O espaço (casa) pode até ser o mesmo, mas é preciso separar o tempo e a posição. Sem isto, o que temos é a desordem.
De acordo com um dos Princípios do Método MCI de Felicidade, baseado em Mokiti Okada: o natural da desordem é a desarmonia. Logo ela chegará ao mercado, às finanças e principalmente, agravará as relações da família, colocando em risco o que há de mais importante para o Aylton, para a Vanessa e para todos nós, não é mesmo? O alerta é: se você trabalha em família, cuidado com o Jishoi.
Sobre o autor
Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.
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