Como será o trabalho no futuro? Mais importante do que isso: como será o trabalhador do futuro?
Encerrando a primeira roda da engrenagem que influencia o invisível na entrada ou saída do dinheiro, vamos conversar um pouco sobre o futuro do trabalho. Talvez eles não sejam novidades para você ou talvez você não concorde com algumas ideias, mas servem de qualquer modo para refletirmos sobre o assunto.
O mercado já mudou nos últimos anos e tende a acelerar algumas transformações no mundo pós-covid. Não me refiro apenas à questão do aumento do trabalho em home office ou das reuniões virtuais. Também não precisamos falar que, se já não era possível pensar em permanecer em uma única empresa ao longo da vida (sim, aviso aos mais novos, que isto aconteceu um dia), hoje também isso não ocorre em relação a uma carreira. Ou seja, a maior parte de nós terá quatro ou cinco carreiras numa existência.
É fato que existem menos empregos formais e que precisamos desenvolver o padrão mental de um prestador serviços, aquele que tem clientes e não um patrão e que, se não tiver qualidade e boa fama, não pagará as suas contas. Este profissional atuará em rede, equilibrando autonomia e
interdependência.
A internet das coisas, os robôs e a inteligência artificial destroem postos de trabalho e profissões inteiras. Ao mesmo tempo, esta mesma tecnologia cria novos postos e profissões. O grande desafio é estarmos preparados para ocupá-los, na velocidade em que isto acontece. Hoje, por exemplo, com toda a taxa de desemprego no Brasil e no mundo, há milhares de cargos a serem preenchidos, aguardando profissionais qualificados.
O trabalho nunca foi um fim em si mesmo. Ele é sempre meio. Num sentido mais amplo, é meio para cumprirmos a nossa Missão, podendo gerar ou não, a realização de um Propósito. Ser ou não, fonte de realização. O trabalho passa e passará por grandes transformações, mas não desaparecerá.
Mas como será o trabalho no futuro? Mais importante do que isso: como será o trabalhador do futuro? Na Era Agrícola, o valor estava na terra. Na Era Industrial, no capital. Na Era da Informação, no conhecimento. Na atual Era Digital, parece ser a inovação. E a próxima? Qual deverá ser? E o que terá valor? Como deverá ser este profissional?
Num mundo tão tecnológico, gosto de pensar que viveremos a Era da Espiritualidade Aplicada, onde as máquinas e tudo o que elas forem capazes de fazer sirvam ao ser humano. Não apenas a alguns, mas à humanidade. Uma era em que o diferencial será o ser humano, as suas qualidades como pessoa. Podemos já ver sinais deste mundo. Aqui e ali. Ainda não de forma predominante. Algumas empresas já reconhecem que os melhores profissionais são aqueles de valores mais sólidos, que possuem inteligência emocional e que não pensam apenas em si mesmos. Entendem que não é possível ter um melhor profissional, sem antes, existir uma melhor pessoa.
Para o profissional da Nova Era, informação é base, e nada pode ser feito sem ela. Mas é preciso ir além. Criatividade, percepção, intuição, proatividade, raciocínio lógico abstrato, facilidade de lidar com pessoas, capacidade de lidar com equipe, senso de estética, autonomia, autoconsciência, altruísmo, desapego e habilidade de enxergar o invisível por detrás do visível, são apenas alguns conhecimentos que não aprendemos em livros. Estão relacionados ao Ser e à nossa individualidade. Nestes novos e futuros tempos é preciso estar nesta frequência.
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Julio Sampaio de Andrade é mentor e Fundador do MCI – Mentoring Coaching Institute. Diretor da Resultado Consultoria e autor do Livro: O Espírito do Dinheiro (Editora Ponto Vital)