O réveillon nosso de cada dia

Comemoramos um novo ano, desejosos que não seja apenas uma virada de calendário. Ansiamos por uma nova vida, quando todos os nossos maiores desejos serão realizados.

Se tudo evolui e reevolui em ciclos, como nos ensina o filósofo Mokiti Okada, seria natural que comemorássemos o fim de cada um deles, compreendendo que o final de um ciclo representa também o início de um novo, mais um passo de evolução. Seria como transformar o final de qualquer ciclo em uma espécie de um réveillon.

Mesmo que imaginários, haveria fogos de artifícios, esperanças renovadas e mensagens positivas para todo o universo, e não apenas para os que amamos. Seriam merecedores de nossos melhores sentimentos, inclusive, os que nos fizeram isto ou aquilo, pois não queremos carregar mágoas e ressentimentos para o novo ano, assim como não levaríamos sujeiras para uma nova residência.

Comemoramos um novo ano, desejosos que não seja apenas uma virada de calendário. Ansiamos por uma nova vida, quando todos os nossos maiores desejos serão realizados. Todas as nações, raças, culturas e pessoas de qualquer faixa etária comemoram a chegada de um novo ano. Mesmo que videntes façam trágicas profecias, comuns a cada vez, não é o momento de ouvi-los. É hora de esperança, de otimismo e de fé. 

Foto: Reprodução/Freepik

Fico imaginando como seria se conseguíssemos estender este espírito do réveillon para outros ciclos. A cada dia, viveríamos um novo renascimento. Agradeceríamos a Deus por mais esta oportunidade. À noite, repassaríamos o que desfrutamos e novamente sentiríamos gratidão, valorizando cada acontecimento, fossem os agradáveis ou não. Mesmo nos dias mais difíceis, nos lembraríamos que o ultrapassamos e que amanhã seria um novo dia.

A semana ganharia um novo significado, pois perceberíamos que, a cada 7 dias, todos úteis, inicia-se uma nova etapa e, para a maior parte das pessoas, o direito a um respiro para um descanso. O mês também ganharia um novo olhar, quase que um meio réveillon. Não apenas um ciclo de contas a pagar ou valores a receber. Em um período de 12 meses, valorizaríamos as 4 estações, em que a natureza reforça continuamente o princípio não linear de que tudo evolui e reevolui em ciclos, como nos ensina o mestre citado no início deste artigo.

Indo mais além, e se estendêssemos o espírito do réveillon para outras situações? Para os relacionamentos, por exemplo? Se quando fosse o caso de uma separação, o casal não precisasse de advogados, de processos litigiosos e nem de briga por isto ou por aquilo, nem mesmo pela posse ou custeio das crianças?

E se aplicássemos este mesmo olhar para os ciclos profissionais, como a saída de um emprego, que nos levará a um outro caminho, que talvez não optássemos, mas que representa novas oportunidades? Ou na coragem de tentar uma nova profissão, construindo uma ponte para o nosso propósito?

Como seria o espírito do réveillon para a entrada em uma nova década de idade, como na casa dos 40, dos 60, 80, ou mais, degustando o que a juventude, maturidade ou senioridade trazem?

Como seria se, a cada tempo e em cada situação, aplicássemos o espírito do réveillon ao nos despedirmos do “ano velho que passou”, com uma saudade gostosa de que tudo valeu, mesmo que não tenha sido o ideal. Ao mesmo tempo, saudarmos “o ano novo que chega”, com esperança, alegria e confiança no que plantamos, com fé no que vamos colher?

Com este espírito de réveillon, caro leitor, desejo que você vivencie cada ciclo de 2022, construindo felicidade para você, para mim e para todo mundo. Muito obrigado pela sua atenção e companhia durante este ciclo que se encerra. Que no próximo, estejamos juntos.

Sobre o autor

Julio Sampaio (PCC, ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livroFelicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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