“E o que é o Propósito? É algo que toca a nossa alma, que faz vibrar o nosso coração e que nos dá um sentido do por que fazemos o que fazemos.”
No último artigo, ainda na esfera do ganho do dinheiro, no caso, o trabalho, propus que o leitor refletisse sobre algumas questões como os seus talentos e histórico de vida e arriscasse, sem compromisso, um enunciado sobre o que poderia ser a sua Missão, razão de existir. Como disse, trata-se de um exercício sem compromisso, que não tem a pretensão de uma afirmação definitiva. No entanto, trabalhando há anos com esta questão, percebo que as pessoas nunca ficam muito longe de uma ideia central, mesmo que com o passar do tempo, vão ajustando esta ou aquela palavra. É como se a resposta estivesse já pronta, lá dentro de nós, esperando apenas ser formulada e escapulir para a nossa consciência.
Quando isso acontece, é como um grande insight. Destes que a psicologia positiva chama de momentos definidores. “Sim, é para isto que estou aqui. Agora tudo faz sentido: meus sonhos, minha trajetória, aquelas coincidências que me ocorreram, as pessoas que conheci, o reconhecimento que tive em tal e tal situação, as pessoas que ajudei e para quem fiz diferença”.
Steve Jobs afirma que somente identificamos as sincronicidades quando olhamos para trás, e é isto o que acontece quando intuímos e sentimos bem forte a nossa Missão.
E o que acontece? Muda tudo. Sim, se estamos aqui para uma determinada razão, quais devem ser as nossas prioridades? Para o quê direcionar as nossas capacidades, desejos e, especialmente, o que temos de mais valor? Nosso tempo? Nossa vida? Perceber a nossa Missão, nossa finalidade, é como descobrir o mapa da mina, o nosso mapa.
Diante disso, como fica o nosso trabalho? Se o encaramos apenas como um meio de subsistência, talvez, não mude muita coisa. Mas se entendermos que ele pode ir além e ser meio de cumprirmos a nossa Missão, seremos capazes de colocar ainda mais espírito no que estivermos fazendo e obteremos ainda mais retorno.
Passamos boa parte de nossa vida, talvez a maior parte de nosso tempo acordados, no trabalho. Por que não fazermos uso pleno deste tempo? Por que não fazer do nosso trabalho um meio de cumprirmos a nossa Missão Individual, subordinada a Missão Maior, o de construir um mundo melhor? Por que não impregnar todo o nosso sentimento, toda a nossa capacidade no nosso trabalho?
Em outro artigo, citei o faxineiro de hospital que sabia que estava correndo risco de contaminação, mas que, semelhante aos médicos e enfermeiros, estava salvando vidas. Este faxineiro foi além da Missão, conscientemente ou não, ele desenvolveu um Propósito.
E o que é o Propósito? É algo que toca a nossa alma, que faz vibrar o nosso coração e que nos dá um sentido do por que fazemos o que fazemos. Ele está relacionado ao nosso estágio de vida e muda com o tempo, sendo necessário sempre ser cultivado. O Propósito pode ser entendido como a causa que nos move. Quando Missão e Propósito se alinham, somos capazes de ser plenos. Vale para a vida. Vale para o trabalho também. Neste estágio, geramos merecimento positivo em relação ao dinheiro, favorecendo a sua entrada e a maneira como será utilizado. Vamos ver alguns exemplos de como isto acontece? Aguardo você no próximo artigo.
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Julio Sampaio de Andrade é mentor e fundador do MCI – Mentoring Coaching Institute. Diretor da Resultado Consultoria e autor do Livro: O Espírito do Dinheiro (Editora Ponto Vital).