A presença em excesso de uma, frequentemente diminuiu a outra. Como você se vê neste aspecto, mais para cá ou para lá?
Outros, no extremo oposto, cobram-se em excesso e estão sempre coma sensação de estar devendo. Se alguma coisa não ocorre conforme o desejado, puxam para si a culpa. Têm dificuldades de dar o devido valor às suas conquistas e se constrangem quando são elogiados, minimizando os próprios méritos.
É o caso de Leide, uma empreendedora que, vindo de uma família muito simples e sem recursos, conseguiu construir uma pequena rede de serviços de estética. Ainda assim, ela se vê como menos capaz do que outras pessoas. Precisa sempre compensar isto com um tipo de esforço sobrenatural. No final, pessoas assim costumam ser mais bem-sucedidas em seus projetos, mas têm dificuldade de usufruir a felicidade. Entre meus clientes de mentoria e de coaching, estas pessoas são a maioria. Estão sempre buscando ser melhores do que são, o que em si já é um grande mérito, mas o excesso de autocobrança é um alto preço.
No meio do caminho, entre uns e outros, há um grupo muito menor, o das pessoas que conseguem equilibrar uma cobrança saudável consigo mesmas e, ao mesmo tempo, reconhecer os seus méritos. Estas pessoas não têm dificuldades de se dar os parabéns, sem se acharem o máximo ou com excesso de direitos. Preservar a autoestima e equilibrar autoaceitação e autocobrança não é tão fácil, e qualquer desequilíbrio, para um lado ou para o outro, é prejudicial.
De um lado, somos incentivados a pensar: podemos fazer mais, podemos ser melhores. Do outro, lembrar: que bom que somos o que somos. Que bom que fazemos o que fazemos. Que tal nos dar os parabéns por algo no final do dia, junto com o agradecimento diário?
Confúcio trouxe a teoria do caminho do meio. Vale para as grandes coisas e para as triviais como para o tempero da comida, para o clima e várias outras situações. E para a relação entre nós e nós mesmos? Como seria o bom tempero entre a autoestima e a autocobrança? Elas não são excludentes e nem mesmo opostas, mas a presença em excesso de uma frequentemente diminuiu a outra. Como você se vê neste aspecto, mais para cá ou para lá? Vale pensar sobre isto?
Sobre o autor
Julio Sampaio (PCC, ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livroFelicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.
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