Nesse artigo vamos falar sobre algumas táticas para aumentar a possibilidade de recolocação nesses tempos.
A busca pela recolocação profissional é um dos principais sonhos de muitos profissionais que estão enfrentando arduamente esse período de pandemia causada pelo Covid 19 na região amazônica. A cada dia parece que fica mais difícil ver uma oportunidade sendo divulgada, ser convocado/a para entrevistas e ter a contratação efetivada. Com as novas demissões que vêm ocorrendo todos os dias, isso tudo parece mais caótico.
Por mais que estejamos num momento muito difícil sobre geração de vagas, alguns processos seletivos continuam ocorrendo, mesmo que em menor proporção se comparado ao período que estávamos antes do vírus. Para chegar até eles, a intensidade das buscas precisa ser maior do que antes, que, em alguns casos, surgia 2, 3 ou 4 entrevistas num único dia e podíamos até mesmo escolher.
Nesse artigo vamos falar sobre algumas táticas para aumentar a possibilidade de recolocação nesses tempos.
ESTAR PREPARADO PARA O TRABALHO REMOTO
Muitas empresas estão fazendo contratações diferentes do que sempre vimos. Algumas contratando profissionais sem nunca terem visto a pessoa pessoalmente. Outras contratando pessoas de outros estados, sem que o profissional tenha que mudar de cidade/região. Essa última é a modalidade mais improvável que poderíamos ver acontecendo. Para entendermos melhor, vamos a um exemplo prático: empresa X, do Rio de Janeiro, contrata um/a profissional de Boa Vista – RR, para trabalhar sem que esse tenha se mudar para o Rio de Janeiro. Trabalho 100% remoto.
Proporcionalmente, esse tipo de contratação tem ocorrido mais com profissionais do setor de tecnologia em desenvolvimento, programação e projetos de TI nos mais diversos âmbitos. Mesmo que essas sejam maioria, não significa que contratações para funções mais tradicionais não estejam ocorrendo no mesmo formato. Proporcionalmente menor, mas ocorrem.
Além disso, também precisamos entender o contexto da vaga. Se for uma vaga de áreas administrativas em geral, isso tem probabilidade de acontecer. Se formos de uma área operacional de produção, por exemplo, não, até porque o trabalho de produção é interno, presencial e manual.
Para estarmos preparados para essa nova realidade, temos que criar alguns fatores de planejamento para isso:
– ter um local home-office para o trabalho: não precisa ser um escritório profissional, bonito, com quadros e artigos caros de enfeite. É um local simples, com uma mesa pequena, uma linha telefônica, internet e um computador, que possibilite o controle e fluxo de informações, comunicação, anotações e uso de recursos tecnológicos.
– ter planejamento de conciliação de tempo com a vida em família: estando em casa, se você tiver filho/a, é necessário criar um tempo cronometrado e organizado. Com filhos em casa, a demanda de atenção e cuidados básicos é alta. Se for muito pequeno/a, tem que levar ao banheiro, tem que fazer comida, tem que colocar e tirar roupa, tem que resolver alguma ocorrência pequena, enfim. Se não tivermos um planejamento diário de tempo, ao final do dia constataremos que quase todo o nosso tempo foi demandado para eles, tendendo a diminuir o nível de produção e resultados nos trabalhos realizados.
CONTATOS DIRETOS, NÃO APENAS POR ENVIOS DE CURRÍCULOS
A ideia de que quanto mais currículos enviados pode criar mais oportunidades de ser chamado/a, é um engano. Na maioria das vezes, apenas dois ou três envios estratégicos podem gerar mais resultados do que 500 envios aleatórios, ação popularmente conhecida como panfletagem. Considerando que faremos envios estratégicos para vagas que existem e que temos o perfil exato da função, também não é suficiente pelo fato de termos muitos concorrentes no momento. Com a alta oferta de profissionais desempregados/as no mercado, a probabilidade de termos muitas pessoas enviando também pode dificultar a nossa seleção efetiva para ser convocado/a para a entrevista.
Dessa forma, o envio é fundamental, porém, o segundo contato também. As mídias sociais estão aí para isso, por mais que tenhamos a ideia de que estaremos invadindo a privacidade da pessoa. Mesmo que ela não goste, temos que tentar. Se ela gostar, paciência, será apenas uma pessoa no meio de tantas outras que podem nos responder. Sem ousadia, dificilmente teremos resultados.
ONDE ESTÃO OS SEUS CONHECIDOS?
Em muitos momentos, quando estamos buscando recolocação, procuramos muitas pessoas, mas esquecemos as que estão ao nosso redor, que podem contribuir muito. Quantas pessoas tem a sua Família? Quantas pessoas você tem de conhecidos? Já imaginou se cada uma dessas pessoas conhecer mais outras duas pessoas e que podem saber de alguma vaga em algum lugar? Para demonstrar isso, vamos fazer um cálculo rápido e básico:
– Se a nossa Família tiver 40 pessoas, cada uma conhecendo mais duas que estão empregadas em alguma empresa e que em cada empresa tenha uma vaga sendo selecionada, podemos ter 80 novas oportunidades de vagas que podem estar abertas e nem saberíamos.
– Se o nosso círculo de amigos ou conhecidos é em torno de 15 pessoas, cada uma conhecendo mais três que estão empregadas, podemos ter 45 novas oportunidades de vagas que podem estar abertas e não saberíamos.
Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.