Quero empreender como profissional autônomo ou liberal

Por estarmos acostumados com o conceito da carteira assinada, quem quer atuar de forma independente pensa que não terá qualquer direito trabalhista, e não terá mesmo. Entretanto, a possibilidade de ganhos sem a CLT é bem maior.

Empreender foi a alternativa mais praticada em tempos da crise que atravessamos desde 2015 e o agravamento em 2019 com a chegada do Covid-19. O interessante dessa nova modalidade de renda é que não necessariamente precisamos ter uma empresa aberta para iniciarmos os nossos projetos. A atuação autônoma ou liberal é possível e mais econômica em termos de pagamentos de impostos.

Para entendermos a teoria das duas nomenclaturas, é importante sabermos que a atuação AUTÔNOMA é toda e qualquer atuação independente (fora de CLT) de profissionais que não possuem o ensino superior, como funções técnicas e operacionais em geral. A atuação LIBERAL é toda e qualquer atuação independente (fora de CLT) de profissionais que possuem o ensino superior, como advogados, contadores, administradores, desenvolvedores de sistemas, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas e outros.

Há um equívoco quanto a relação de autônomo/liberal X profissionais CLT. Por estarmos acostumados com o conceito da carteira assinada, quem quer atuar de forma independente pensa que não terá qualquer direito trabalhista, e não terá mesmo. Entretanto, a possibilidade de ganhos sem a CLT é bem maior. Sendo assim, os valores a mais podem ser usados para serem depositados como se fosse o FGTS ou contribuição previdenciária. A questão é que todo e qualquer profissional pode continuar fazendo as suas contribuições, se optarem pela atuação autônoma ou liberal.

Foto: Mohamed Hassan/Pixabay

Como achar um bom negócio para mergulhar? 

Para saber isso é necessário termos muitas informações, que podem ser colhidas através de pesquisas ou diálogos informais com empresas ou clientes PF – Pessoa Física. Entretanto, há um gap em praticamente todos os segmentos de mercado: os trabalhos de pequeno porte. Exemplo: muitos profissionais que atuam na área de Engenharia Civil focam em serviços de médio e grande porte. 

Os serviços pequenos, como um ajuste estrutural em uma rachadura de cozinha, por exemplo, é uma demanda que poucas pessoas querem atender. Por ser um serviço pequeno e de baixa rentabilidade. É exatamente aí que se cria a oportunidade. Se poucos querem atender serviços pequenos, podemos criar uma linha de foco nesse fator específico. Assim, podemos atender 10 de uma vez, o que pode gerar um alto faturamento.

“Não tenho recursos para investir em divulgações”

Nem sempre é necessário, principalmente se a atuação estiver no início. Ao invés de fazer empréstimos para fazer divulgações, o ideal é investir nos contatos próximos, até mesmo oferecendo produtos e serviços como cortesia. Posteriormente, isso pode ser usado para publicações em redes sociais, que é uma boa alternativa de divulgações. Vamos a um exemplo prático sobre isso?

Exemplo: João começou a vender roupas. Assim, presenteou uma prima com um belo vestido. Com isso, pediu a permissão da prima para tirar fotos dela e divulgar em grupos de whatsapp e redes sociais. Ela topou e assim ele fez, criando textos chamativos para a atração de novos clientes.

Devo procurar um sócio?

Não num primeiro momento. Os três primeiros meses são fundamentais para que o(a) autônomo(a) ou liberal entenda os mecanismos de atendimentos, exigências de clientes, padrões de comunicação e precificação. Após isso, se houver uma demanda que requer investimentos, por exemplo, aí sim…. é interessante procurar um(a) sócio(a). Fora isso, não.

Outro contexto para isso é que se a atuação tiver um nível alto de expansão/crescimento. Com isso, surgem outras demandas como administrativo, financeiro, fiscal e similares. Se a pessoa em questão não tiver plenos conhecimentos nessas áreas, é bom procurar alguém que dar suporte, considerando que essa outra pessoa deve suprir um conhecimento que não é de domínio do outro.

E os pontos negativos?

Apesar de parecer uma alternativa perfeita, empreender tem alguns pontos negativos a serem considerados antes de tomarmos a decisão de que vamos, de fato, migrar para essa modalidade. Alguns deles são….

– Seguro Desemprego: como autônomo ou liberal, não há a garantia de recebimento de seguro desemprego, que se limita apenas aos profissionais com registro CLT.

– Garantia de faturamento: não há garantia direta de faturamento. É possível ganhar menor do que se ganhava sendo CLT, assim como também é possível ganhar 10 vezes mais. O céu sendo o limite, não há um valor fixo para se ganhar como ocorre quando é CLT.

– Férias remuneradas: também não há. Todo e qualquer ganho é gerado pelo(a) próprio(a) profissional em questão. Em período de férias, não há receita/ganhos.

– 13º salário: é uma categoria existente apenas para profissionais CLT. Entretanto, há a possibilidade de faturar em período de final de ano, principalmente se a área de atuação for com produtos ou serviços característicos das datas de natal e ano novo.

E então? Para onde vamos?  

Sobre o autor

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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