Como ser um profissional inexperiente e conseguir ser aprovado em seleções

Nesse artigo vamos falar sobre os principais fatores que mais fazem empresas contratarem profissionais, mesmo sem experiência.

A maioria das vagas de empregos pede experiência e muitas empresas já querem profissionais prontos, o que pode ser um erro na seleção de talentos, pois assim muitas pessoas com excelentes habilidades comportamentais podem ficar de fora pelo fato de não terem experiência. Isso ainda é realidade no mundo organizacional, mesmo que uma movimentação de mudança de mentalidade já esteja ocorrendo.

Já ouviu aquele ditado: “Mas como vou ter experiência se ninguém me abre um porta?”. Esse é o grande paradigma enfrentado por pessoas que buscam suas primeiras oportunidades ou que visam mudar de uma área para a outra. Nesse contexto, ainda é possível criarmos um ambiente adaptado para a chance seja dada.

Nesse artigo vamos falar sobre os principais fatores que mais fazem empresas contratarem profissionais, mesmo sem experiência.

Imagem: Gerd Altmann/Pixabay

Mas por que alguns profissionais inexperientes são chamados para tantas entrevistas? 

Por mais que pareça estranho, isso é possível e acontece bastante, principalmente em áreas novas que vêm surgindo no pós-pandemia. Esse cenário nos mostra algumas tendências de aumento dessas ocorrências não somente na área de tecnologia, mas outros setores que são vistos como tradicionais.

Nesse contexto o diferencial mais significativo é de profissionais com conhecimentos técnicos específicos sobre áreas que poucos conhecem. Isso os torna disputados, mesmo que nunca tenham tido a experiência em si. A fórmula é simples: Mercado Precisa X Pouca Mão de Obra = contratação com foco em conhecimento teóricos e menos práticos.

É possível destacar alguma dessas áreas:

– Desenvolvimento e programação: computadores, máquinas e robótica são os três pilares que movem essa categoria. Com salários inicias de até R$ 6 mil, ainda é uma área com pouco profissionais formados. Devido o baixo índice de oferta de capital humano, as empresas acabam tendo que contratar pessoas sem experiência, desde que tenha o conhecimento técnico e reconhecimento educacional para a atuar na área. Esse pode ser um bom caminho de migração para quem está em uma área saturada.

– IA – Codificações: uma das áreas mais complexas da Inteligência Artificial, a que vai codificar todo o sistema de interpretações e criação de respostas inteligentes de robôs com base em informações, dados e outras coletas sociais e organizacionais.

– IA – Sistema de Aprendizagem: com o crescimento do ensino EAD em instituições de formação técnica e universitária, esse profissional passou a ser caçado até fora do país. A sua atividade engloba, além da área de tecnologia, também temos a necessidade pedagógica de ensino. Resumidamente, esse tipo de inteligência artificial tende a substituir muitos(as) professores(as) universitários(as). Entretanto, para que isso ocorra de forma eficiente, é necessário que a técnica de ensino seja implementada no robô. Tecnicamente, é a modalidade mais complexa da atualidade.

– Profissionais de Exatas e Humanas, juntas: considerado um tipo de perfil raro, a mistura de conhecimentos de exatas com humanas é fundamental para que se tenha alguma oportunidade, mesmo não tendo experiência em si. Isso ocorre porque muitas empresas buscam profissionais, principalmente, para a área comercial técnica. Vamos a dois exemplos disso para entendermos melhor: engenheiro mecânico com conhecimentos na área comercial e técnico eletrotécnico com conhecimentos em compras.

O que normalmente recrutadores(as) observam em profissionais sem muita experiência?

Fora do contexto técnico e teórico que falei acima, também há fatores comportamentais que são muito valorizados por gestores(as) em todos os setores e que podem gerar contratações sem haver a experiência em si. Nesse aspecto, podemos considerar alguns pontos:

– Profissional com muita vontade: parece clichê, mas é real. Esse é o fator que recrutadores(as) mais falam que é difícil encontrar. A falta desse comportamento é percebido já na entrevista, reações, respostas e posicionamentos em geral durante a comunicação. Mesmo que o(a) profissional seja tecnicamente preparado(a), esse é um ponto que gera desclassificação no ato. Por haver escassez desse perfil, muitas empresas preferem contratar pessoas que possuem essa característica, mesmo que seja necessário treinar e desenvolvimento.

– Profissional que não espera ser mandado: desde a escola, somos condicionados a cumprirmos metas. Isso acabou criando um conceito que sempre temos que ser mandados por alguém para podermos fazer alguma atividade. É raro o tipo de perfil profissional de pessoas que fazem sem que uma ordem seja dada. Normalmente, esperam para poderem fazer. Quem age fora disso com a iniciativa de fazer antes de ser mandado(a), tende a ter mais oportunidades do que os outros. Essa característica é observada na primeira entrevista ou testes aplicados, dependendo do método que a empresa adota.

O networking – rede de contatos – pode ajudar com isso?

Sem dúvida. Indicação sempre é um caminho a ser seguido com maior segurança do que envios de currículos de forma aleatória. Pais, avós, tios, primos, conhecidos e amigos são pessoas que tendem a ter contatos e esses mesmos contatos podem gerar oportunidades. Sendo assim, pedir indicações de dentro da Família, é fundamental para alcançar a primeira oportunidade.

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Especialista em Soluções de Recolocação Profissional.  

Sobre o autor

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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