Como se classificar em processos seletivos automatizados

Nesse artigo vou falar sobre estratégias que podemos aplicar para conseguirmos ser aprovados pelos robôs de seleção.

A cada dia que passa a tecnologia substitui muitos processos empresariais. Na área de RH não é diferente. Boa parte de processos seletivos de profissionais já estão sendo feitos por robôs, pelo menos nas primeiras etapas, considerando a triagem e aplicações de testes como os de português, raciocínio lógico, matemática e outros.

Particularmente, não vejo essa robotização como algo positivo. Não do jeito que é feita atualmente. É claro que a tecnologia é um fator que não temos como fugir em todos os contextos que possamos imaginar. Pelo contrário, o ideal é que embarquemos nesse novo universo. Entretanto, a maioria dessas análises robotizados e testes aplicados são feitos da mesma forma para todos. 

Para termos uma ideia do que estou falando, é como se esses sistemas aplicassem os mesmos métodos avaliativos para um profissional técnico de manutenção e um vendedor, que são áreas completamente opostas, com dinâmicas diárias, atividades e realidade de dia-a-dia diferentes. Cada área tem uma característica de perfil diferente da outra e isso requer que a robotização entenda. Porém, essa é uma das capacidades que somente o ser humano tem: analisar, em mínimos detalhes, o perfil e feeling de cada um.

Sendo contra ou não, uma coisa é fato: temos que trabalhar com a realidade, mesmo que ela não tenha o formato ideal. Por isso, nesse artigo vou falar sobre estratégias que podemos aplicar para, assim, conseguirmos ser aprovados pelos robôs de seleção.

Foto: fancycrave1/Pixabay

Como fazer o currículo ser aprovado na triagem inicial

Esse é o passo que mais precisamos dar atenção: a triagem do currículo, ou seja, a análise inicial do documento, que vai definir a primeira entrada para a cadeia de avaliação.

Para termos sucesso nessa etapa, precisamos definir as estratégias para alguns pontos:

– Palavras-chave: se o anúncio da vaga tem alguma palavra específica, ela deve constar no cadastro que for feito. De preferência, no item “Síntese de Qualificações, ou “Resumo”, ou algum recurso similar que apareça. Dessa forma, o radar vai catapultar o cadastro quando o(a) recrutador(a) abrir a pasta de arquivos e digitar a busca pelo filtro interno da empresa.

– Cursos específicos: se a vaga anunciada tem o requisito de algum curso específico e o(a) profissional tem o mesmo, a nomenclatura dele também deve constar, não somente no item “Cursos Realizados”, mas na Síntese de Qualificações também. Além disso, inserir após o término do nome vai é uma tática interessante. Exemplo: Flávio Ferreira Guimarães – CPA 10. Assim, o filtro também vai identificar com maior facilidade e o perfil tende a aparecer entre os primeiros de todos os cadastros feitos por outros profissionais.

– Espelhamento de palavras: muitos anúncios possuem palavras de grande expressão como “Expertise em….”, ou “Bons conhecimentos em…..”, ou “Boa experiência em….”. Considerando isso, a adaptação do currículo a ser anexado ou a digitação de cadastro também deve ser feita de acordo com as nomenclaturas.

Vamos a exemplo prático disso?

Empresa X publica uma vaga de Técnico Administrativo assim….

– Técnico completo em Administração

– Expertise em contas a pagar e receber

– Habilidade em elaboração de planilhas.

Agora, vamos a duas alternativas de como o cadastro deve ser preenchido pelo(a) candidato(a).

OPÇÃO 1:

– Profissional com bons conhecimentos em contas a pagar e receber.

OPÇÃO 2:

– Profissional com expertise em contas a pagar e receber.

Dos dois exemplos acima, a OPÇÃO 2 é que vai aparecer na frente do cadastro realizado na OPÇÃO 1. Isso ocorre porque o robô lê primeiro o que está na linguagem dele, e depois os outros.

Os gatilhos de palavras-chave

Esse é o mecanismo que mais se usa para gerenciar algoritmos de sistemas, sites ou outros mecanismos tecnológicos. Palavras-chave são aquelas que destacam nomenclaturas, sejam de cargos, expressões ou descrições em geral. Contrário do que normalmente vemos, ouvimos ou lemos, não há necessidade de ter um espaço separado para elas, afinal, não é isso que define o sucesso no filtro da busca. O ponto definidor para isso é que elas estejam espalhadas por todo o currículo ou cadastro realizado no site da empresa. Dessa forma, o filtro é atraído por elas quando o(a) recrutador(a) faz a busca.

Esse é um método que tem se mostrado muito eficiente quanto a classificação em processos seletivos automatizados, considerando que a exposição dessas nomenclaturas ainda é algo desconhecidos por boa parte da comunidade de profissionais que buscam recolocação.

O que escrever nas considerações finais (quando tiver)

Para a descrição final (se houve), é importante usarmos algumas colocações de impacto. Abaixo listo algumas delas:

– Quando posso começar?

– Estou disposto(a) a iniciar imediatamente no novo desafio.

– Quando podemos tratar sobre as próximas etapas ?

E então, vamos à luta?  

Sobre o autor

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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