Como fazer um negócio sustentável

O conceito de sustentabilidade é mais amplo do que normalmente vemos, lemos ou ouvimos com relação ao Meio Ambiente.

O conceito de sustentabilidade é mais amplo do que normalmente vemos, lemos ou ouvimos com relação ao Meio Ambiente. Acabou que criamos esse conceito por ele ter sido promovido, em muitos casos, junto a conceitos de conservação ao Meio Ambiente. Entretanto, ela está em tudo ao nosso redor. Tudo que tem continuidade é classificado conceitualmente como sustentável. E é assim nos negócios, empreendimentos e projetos empresariais.

Iniciar um negócio não é um bicho de sete cabeças, desde que tenhamos todo o planejamento necessário, análises de riscos e, acima de tudo, controle financeiro, seja com compras, gastos, custos ou outros.

Nesse artigo, vou tratar sobre os principais aspectos que um(a) empreendedor(a) em potencial deve considerar antes de iniciar um projeto, seja ele pequeno, médio ou grande.

Foto: Reprodução/internet

Vender menos pode dar mais lucro do que vender mais

Ao ler isso você deve ter achado estranho, não é verdade? Contraditório, talvez? Entretanto, é o fator crucial para entendermos como podemos lucrar com eficiência financeira e sem sufoco no final do mês.

Quando idealizamos um negócio, o primeiro pensamento que temos é… “Preciso vender muito para ganhar dinheiro”. Porém, nem sempre isso pode gerar lucro real para o caixa, por vários motivos. Vamos a exemplos práticos disso?

  • Custos operacionais mal planejados: vamos imaginar que o seu negócio começou a vender muitos produtos, que serão entregues para clientes em domicílio. O tempo de entrega definido é de 1 dia útil. Dessa forma, todos os dias você sai para fazer entregas em regiões diferentes da cidade, se locomovendo de uma região a outra como, por exemplo, da sul ao norte. No outro dia, recebe mais pedidos e haverá outras demandas de entregas. E assim há o ciclo de entregas. Dentro desse contexto, vamos imaginar que o seu tempo de entrega pode ser mudado e estabelecido em 2 dias úteis. Dessa forma, podemos criar o planejamento de entrega para o sistema de roteirização, ao invés de ser diário de um lado para o outro, de uma zona para a outra da cidade. Na prática, é assim: em um dia você recebe um pedido para a zona norte da cidade e mais um pedido para a zona sul. Com o tempo médio de 1 dia útil, terá que fazer duas entregas nas duas extremidades da cidade. Mantendo o tempo de entrega para 2 dias úteis, se você receber 2 pedidos na zona norte, um por dia, e 02 pedidos para a zona sul, um por dia, poderá fazer duas entregas em uma única viagem, eliminando os custos que haveriam com duas viagens junto ao tempo usado de forma improdutiva, em dois dias separados.Por mais que tenhamos a ideia de que esse é um detalhe bobo, se colocarmos na “ponta do lápis” todos esses custos sendo separados, no final teremos um grande montante de recursos que poderia ficar em nosso caixa (reserva financeira).
  • Barganha nas compras: se o negócio começar a vender muito, a tendência é que as compras aumentem. Dessa forma, os produtos de revendas ou materiais comprados diariamente podem começar a ser comprados a mais, havendo a segurança de estoque e também, com o aumento das compras, o poder de barganha de descontos junto a fornecedores. Se houver um aumento significativo, haverá ainda o poder de barganha de crédito, para ser pago depois de alguns dias. 
Foto: Reprodução/internet

Comportamentos que podem levar o seu negócio ao fracasso

O comportamento é fator essencial para termos um negócio sustentável, com continuidade e crescimento. Se ele não estiver ajustado junto à ideia do negócio, podemos entrar num labirinto de dívidas que podem nos levar ao fracasso, tanto na empresa quanto na vida pessoal.

Considerando esse contexto, há dois fatores que mais levam bons projetos a não terem continuidade. São eles:

  • Falsa sensação de enriquecimento: quando o negócio começa a crescer a impressão que podemos ter é que estamos ficando ricos. Se não tivermos controle sobre o nosso consumo próprio, a tendência é que o negócio não consiga se sustentar. Com essa falta de controle, a probabilidade é que comecemos a comprar coisas que sempre tivemos vontade de ter, o que vai ocasionar o afundamento financeiro. No início, é essencial que tenhamos o hábito de criar caixa (reserva financeira). Depois disso, podemos começar a gastar tranquilamente, desde que o negócio continue com o mesmo ritmo de faturamento.
  • Mistura de contas pessoais com empresariais: quando os recursos financeiros da empresa começam a ser usados para pagamentos de contas pessoais, a tendência é que percamos o controle. Assim, a cada conta que fizermos, o condicionamento comportamental tende a ser no sentido de “Ah, a empresa paga. Dá para comprar”. A consequência disso pode ser o endividamento da empresa, que começará a ter falta de recursos de caixa (reserva) e isso pode ocasionar a falta de continuidade do negócio.

Sobras de produtos em estoque 

Um dos relatos mais recorrentes de empreendedores(as) são produtos que ficam em estoque sem que haja a aceitação nas vendas finais. Assim, ficam com dinheiro parado que, no final, será convertido em uma ação comercial de liquidação, que normalmente são vendas feitas com valor de custo ou até mesmo com o valor menor do que a compra inicial. A cada 10 casos, 09 são gerados pela compra mal planejada, sem a categorização de itens com maior aceitação.

Vamos a um exemplo prático disso?

A Maria tem uma loja de roupas femininas. Ela faz compras a cada 15 dias para poder fazer suas revendas, entretanto não sabe qual categoria de produtos mais vende e os que menos tem saída. Ela uma noção básica, mas nada que mostre esse cenário a ela com números e exatidão. Com o tempo, passou a perceber que muitos produtos sobravam em estoque e começou a liquidar com valor de custo, reduzindo o seu nível mensal de lucro.

E como ela poderia resolver isso?

Vamos imaginar que a Maria vende mensalmente, a cada 10 produtos, cinco saias, três calças e duas blusas. Com as compras sendo feitas por 10 saias, 10 saias e 10 blusas, a tendência é que, no final do mês, ela tenha sobrando 05 saias, 07 calças e 08 blusas. Para resolver essa questão, o ideal é que crie um quadro de identificação, dividindo produtos mais vendidos, menos vendidos, mais caros que vendem pouco e outros que possuem muita rejeição. Se criar essa categoria a cada 10 compras, conseguirá comprar exatamente a demanda de saída. A tendência real é que, ao final do mês, não tenha sobras de estoque, o que vai aumentar diretamente o lucro.

E então? Vamos para a prática?

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular. 

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