Alta acontece na comparação com o mesmo mês de 2019; foram 105 km² com sinais de desmatamento, segundo dados reunidos pelo instituto. Capital Porto Velho está no topo do ranking com maior número de alertas: 44 km² de floresta em outubro de 2020 foram destruídos.
Os alertas de desmatamento em Rondônia aumentaram 88% em outubro de 2020 na comparação com o mesmo mês em 2019. É o que revela o levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgado nesta sexta-feira (20). Na Amazônia Legal, o aumento foi de 49%: são 890 km² de floresta perdida. Os dados são medidos por um sistema do próprio instituto.
Segundo o Imazon, 105 km² foram detectados com resquícios de desmatamento em Rondônia em um único mês, contra 56 km² em outubro do ano passado.
O estado segue na terceira posição do ranking (com 2% do total) das regiões com mais alertas de perda de floresta, ficando atrás de Mato Grosso (55%) e Pará (38%).
A degradação florestal em Rondônia no mês de outubro também apresentou de 29% na comparação com igual período de 2019. No total, foram 53 km² de área degradada contra 41 km² em outubro do ano passado.
Os dados do Imazon apontam também que Porto Velho está no topo do ranking das cidades com maior número de alertas entre os municípios mais críticos: 44 km² de floresta foram destruídos em outubro deste ano. Na sequência da capital aparece São Félix do Xingu e Pacajá, no Pará, com 34 e 35 km² de floresta perdidos, respectivamente.
As reservas rondonienses Rio Preto-Jacundá, Jaci Paraná também estão entre as unidades de conservação mais castigadas, com supressão florestal de 33 e 4 km² em outubro deste ano.
Como o Imazon mede o desmatamento
O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon foi criado em 2008. Ele se baseia em imagens de satélites para captar a mudança do uso do solo. Com isso, afirma o Imazon, é possível detectar desmatamentos a partir de 1 hectare, mesmo sob condição de nuvens.
O sistema de alertas do governo, chamado de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), usa imagens de satélite de 6 hectares.
As imagens são captadas e analisadas pela ferramenta de monitoramento do instituto. O Imazon afirma que, atualmente, o SAD utiliza os satélites Landsat 7 (sensor ETM+), Landsat 8 (OLI), Sentinel 1A e 1B, e Sentinel 2A e 2b (MSI) com os quais é possível detectar desmatamentos a partir de 1 hectare mesmo sob condição de nuvens.