​Óleo de avestruz fortalece setor produtivo no interior de Rondônia

Extraído da banha do avestruz, o óleo é elevado em ômegas 3, 6, 7 e 9 e substitui o óleo de cozinha tradicional

Não tem abate, mas de vez em quando tem corrida para satisfazer a curiosidade popular. Esta é a realidade da pequena criação de avestruz (Struthio camelus) no município Mirante da Serra, que completa 28 anos neste sábado (13). O avestruz de origem africana tornou o município conhecido no País e em parte do mundo, devido à fabricação do óleo da maior ave do mundo.

Podendo alcançar 2,7 metros e pesar até 150 quilos, a avestruz bota o maior ovo, com cerca de 20 centímetros de medida, pesando até dois quilos.

A criação de avestruz em Mirante da Serra ficou reduzida a um pequeno plantel de cem aves. “Havia uma cooperativa aqui, mas faltou estímulo; o projeto inicial continua conforme as previsões que inicialmente fizemos”, conta o empresário José Francisco Cardozo. 

Atualmente, o empresário compra gordura in natura de avestruz de outros estados, para fabricar o óleo vendido no mundo inteiro. Em 2012, a fábrica obteve o registro do produto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em 2017, recebeu o selo de qualidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e em 2019 conseguiu registrar o produto como suplemento alimentar. A empresa fabricante já doou amostras para 14 entidades assistenciais do Estado.

Extraído da banha do avestruz, o óleo é elevado em ômegas 3, 6, 7 e 9 e substitui o óleo de cozinha tradicional. Dentre as propriedades desses nutrientes estão o controle do colesterol e o combate aos radicais livres.

A empresa movimenta R$ 100 mil com a compra de uma tonelada por mês de gordura vinda de outros estados, ou seja, totaliza R$ 1 milhão por ano, cifra atraente em qualquer negócio. “Imagine se comprasse a produção aqui no Estado”, sugere Cardozo.

Dentre as propriedades desses nutrientes estão o controle do colesterol e o combate aos radicais livres. Foto: Secom/Rondônia

Mirante da Serra

Mirante da Serra surgiu de um Núcleo Urbano de Apoio Rural (Nuar), com o seu próprio nome, cujas terras pertenciam ao Projeto Integrado de Colonização Ouro Preto, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O nome se refere à Serra do Mirante, acidente geográfico local. Nos anos 1980, Rondônia formou 18 Nuars financiados pelo Banco Mundial.

Hoje, Mirante da Serra cultiva abacaxi, amendoim com casca, cana de açúcar, mandioca, melancia, milho e tomate. Seus estabelecimentos agropecuários totalizam 56,4 mil hectares.

Tem 39,8 mil hectares de pastos plantados e 2,7 mil hectares de pastos naturais. Matas ou florestas naturais ocupam 206 hectares; 8,3 mil hectares se destinam à preservação permanente ou reserva legal; e há também 58 florestas plantadas.

A escolarização na faixa etária de 6 a 14 anos é de 98%.

Antes da pandemia do novo coronavírus, o município sediou, em fevereiro de 2020, uma das etapas do evento Rondônia Rural Show, a maior feira agropecuária da região Norte, voltada para pequenos, médios e grandes empresários e proprietários rurais. 

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