Ativistas ambientais e indígenas representantes do longa-metragem estão a caminho dos Estados Unidos para participar do maior prêmio da televisão americana.
“É emocionante ver que o mundo está conhecendo a luta e se unindo nessa defesa da natureza e dos direitos humanos”.
O Território foi indicado em três categorias ao 75° Emmy Awards:
– Melhor direção para um programa de documentário/não-ficção
– Mérito excepcional na produção de documentários
Os participantes e representantes do documentário Txai Suruí, Ivaneide Bandeira (Neidinha), Bitaté Uru-Eu-Wau-Wau e Gabriel Uchida viajaram nesta semana para os Estados Unidos para participar o Emmy 2023. A premiação deve ocorrer neste domingo (7).
A ativista ambiental, Neidinha Bandeira, compartilhou a emoção de testemunhar o reconhecimento global da causa ambiental e indígena retratada no filme, além da união na defesa da natureza e dos direitos humanos.
Mudança na cerimônia da 75ª edição do prêmio
Neste ano, a cerimônia da 75ª edição irá premiar seus destaques após uma mudança no calendário: a festa foi adiada de setembro para janeiro (de acordo com as categorias), em virtude da greve dos atores e roteiristas de Hollywood.
Essa é primeira vez que o Emmy muda a data desde 2001, quando a alteração foi feita devido ao ataque terrorista de 11 de Setembro às torres gêmeas, em Nova York.
A história de ‘O Território’
O documentário mostra a luta de indígenas Uru-Eu-Wau-Wau pela defesa de suas terras. Durante 1h24m de duração, o público entra nas rotinas de Bitaté, um jovem Uru-Eu-Wau-Wau e da ativista Ivaneide Bandeira, conhecida como Neidinha.Eles ajudam a traçar a linha narrativa.
O documentário mostra como Bitaté recebe a missão de ser uma nova liderança para seu povo na luta contra o desmatamento ilegal, queimadas, invasão e grilagem.
Uma das cenas mostra o jovem liderando uma fiscalização dentro da terra indígena. Durante patrulhamento, ele e os parentes flagraram um homem armado, suspeito de invasão de terras, dentro da floresta.
Já Neidinha é mentora de Bitaté. Ela atua ativamente na proteção da floresta e dos povos indígenas de Rondônia. Entre os pontos sensíveis mostrados em “O Território” estão os desafios impostos à segurança da família dela por causa de seu trabalho de denunciar crimes ambientais.
A morte de Ari Uru-Eu-Wau-Wau, em 2020, também é mostrada em “O Território”. Ari trabalhava registrando e denunciando extrações ilegais de madeira dentro da aldeia, pois fazia parte do grupo de monitoramento do povo indígena.