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Sexta, 26 Abril 2024

Você sabia que já existiu uma praia de nudismo no Pará?

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Conhecida como naturismo ou nudismo, esta filosofia de vida acredita em valores como igualdade, respeito, contato com a natureza e amor ao próximo sem preconceitos.

No Brasil, de acordo com a Federação Brasileira de Naturismo (FBrN), são oito as praias de nudismo oficiais no país. Elas estão espalhadas em cinco Estados das regiões sul, sudeste e nordeste e seguem normas parecidas, como não fotografar, que devem ser respeitadas por todos os visitantes.

Atualmente, não existe uma praia de nudismo oficial registrada na região amazônica, mas você sabia que já existiu uma praia naturismo no Pará?

Com belíssimas praias e com um dos mais ricos registros de fósseis da era Cenozóica (pré-histórica), a praia de Fortaleza em São João de Pirabas, no Pará, teve seus primeiros registros descritos por Ferreira Penna em 1876. Desde então inúmeros trabalhos científicos têm sido desenvolvidos lá.

Em meados dos anos 1980, a região da ilha não era muito povoada e criou-se o hábito de naturismo, no qual as pessoas frequentavam a praia nuas, e posteriormente houve o surgimento de uma colônia de nudismo. Esse costume se tornou comum até o fim da década de 1990, quando por pressão popular, a colônia de nudismo foi desativada. 

No ano de 1997 foi elaborado um projeto de instalação de um complexo turístico hoteleiro na região. Com isso seria oficializada a baía de Pirabas como um dos pontos de prática de pesca esportiva no Brasil, devido a enorme diversidade de peixes da região.

Porém, a criação do polo turístico hoteleiro foi inviabilizada por questões econômicas. Outro fator que impossibilitou a viabilidade do turismo na região e das práticas nudistas foi que a região é um imenso sítio arqueológico com vestígios históricos.

Atualmente ainda há quem arrisque nas regiões mais isoladas das praias praticar o naturismo, mas vale ressaltar que apenas oito praias no País (todas no nordeste/sudeste) tem autorização atualmente.

Fósseis históricos

O Sítio Paleontológico da Ilha da Fortaleza foi tombado pela Prefeitura Municipal de São João de Pirabas por sua importância cultural para a cidade, por meio do Decreto de Tombamento: Lei Municipal n° 913, de 24 de junho de 2009.

O sítio paleontológico Ilha de Fortaleza guarda a seção tipo da Formação Pirabas, que contém um dos mais ricos e variados registros de fósseis do Cenozóico marinho brasileiro. Foi deste sítio que saíram as primeiras amostras estudadas deste abundante conteúdo.

De acordo com um artigo publicado sobre sítios geológicos e paleontológicos do Brasil:

"A importância científica do sítio justifica-se no fato de guardar uma das mais expressivas ocorrências do Cenozóico marinho do Brasil, e por constituir-se no limite sul da província paleobiogeográfica Caribeana, refletindo assim a sua supra importância para a paleontologia brasileira."

justifica o artigo.

Atualmente

Agora, a ocupação humana na ilha de Fortaleza restringe-se a algumas famílias de pescadores, que praticam a pesca artesanal para subsistência. Rituais periódicos de candomblé eram praticados por moradores das redondezas, que tinham na localidade Ponta do Castelo um lugar para cerimônias de oferendas.

Por conta de tudo isso, a ilha continua sendo habitada apenas pelos nativos do lugar. Ainda não existem decretos que estabeleçam e regulem medidas de proteção ambiental na referida ilha, o que seria importante para a preservação do local.


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