‘Veneza marajoara’: Conheça Afuá, a cidade das bicicletas

Com mais de 130 anos de história, a cidade de Afuá, também conhecida como a Amsterdã dos Trópicos, é referência no Brasil pelo uso exclusivo de bikes.

Muitas cidades possuem particularidades que as destacam dos grandes centros urbanos, como os pontos turísticos, culinária e até modo de viver. Conhecida como Veneza da Ilha de Marajó, o município de Afuá, no Pará, é conhecido por um modo de vida totalmente diferente do que estamos habituados: Não existem carros, motos, ônibus e nem caminhões. Isso mesmo: Veículos com motores não circulam na cidade!

Famosa também por ser a cidade das bicicletas, Afuá está localizada a 320 quilômetros da capital Belém. O Portal Amazônia mostra como é a vida da população dessa cidade. Confira a seguir!

Foto: Reprodução

O que torna, de fato, Afuá ser uma cidade tão diferente? Além da ótima localização portuária e ponto de passagem estratégica para outros lugares, a cidade foi construída em uma área de várzea alagada, e se desenvolveu em cima de palafitas.

Construída nesse contexto, a utilização de carros e motos nunca foi muito comum na região. Alguns moradores relatam que na década de 80 ainda presenciaram algumas motos na área.

Uso proibido de automóveis

Em 2012, o então prefeito de Afuá aprovou uma lei, o código de postura do município, onde proibia qualquer veículo automotivo dentro da cidade.

Mas você deve estar se perguntando, como as pessoas se locomovem? Através do uso de meios de transporte de mobilidade ativa: bicicletas ou a própria caminhada. Atualmente, cerca de 75% da população possui sua própria bike e os moradores reinventaram os transportes como um todo.

Apesar de não haver trânsito nem problemas com buracos e pavimentos, as palafitas também sofrem com a ação do tempo, como as chuvas. Por isso, a cada 2 anos as estruturas de palafitas são substituídas por novas.

Foto: Reprodução/Estadão

Cotidiano

Como esperado, diferente das grandes cidades da região, como Manaus e Belém, não existe a famosa frase “estou preso no trânsito”.  Os moradores estão acostumados – e até preferem – um dia a dia mais tranquilo e com menos poluição, seja ela pela fumaça dos carros ou pelo barulho das buzinas.

Então como funcionam serviços como ambulância, táxi e até mesmo o corpo de bombeiros? Nada que uma pequena adaptação não torne possível esses serviços. Em Afuá existe o bicitáxi e a biciambulâncias, já presente na cultura local. São veículos adaptados, que podem transportar até 3 passageiros.

Além disso, produtos e mercadorias também são transportados através das bikes.

Exemplo de bicitáxi. Foto: Reprodução

A cultura da bicicleta tem também um impacto forte nas crianças, pois desde novas já possuem uma e na maioria das vezes aprendem a andar com seus irmãos mais velhos. Moradores acreditam que isso pode representar responsabilidades desde a infância, pois costumam ir para a escola e outros lugares sozinhas.

Foto: Reprodução

Referências internacionais

A “Veneza Marajoana” ou “Amsterdã dos Trópicos” como é popularmente conhecida, dentre outros apelidos dados pela população, vem de referências internacionais do uso de bikes ou da própria estrutura da cidade. Amsterdã, por exemplo, o número de bikes é 4 vezes maior que o número de carros na cidade, são 881 mil.

Outra cidade com a qual Afuá também costuma ser comparada é Copenhague, conhecida por ser referência mundial no uso de bicicletas como transporte. Na capital da Dinamarca, estima-se que 62% das pessoas usem as bicicletas para fazer tudo na cidade.

Copenhagen, na Dinamarca, a cidade referência no uso de bicicletas. Foto: Reprodução.

E aí, ficou curioso para fazer turismo em Afuá? Apesar de estar situada no Pará, a capital mais próxima é Macapá. Para chegar no município interiorano você pode pegar uma lancha em Macapá ou um táxi aéreo de Belém.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Norte tem maior queda de leitores e Amazonas tem pior índice de leitura da região

Índice de leitores na Região Norte caiu de 63% em 2019 para 48% em 2024. Dados são da 6ª pesquisa Retratos da Leitura no Brasil.

Leia também

Publicidade