No Dia Nacional da Língua Portuguesa: conheça duas professoras que têm o idioma presente em suas vidas

No Pará, a importância da língua está presente no trabalho de duas professoras, uma no Ensino Médio e outra na Pós-Graduação.

 O Dia Nacional da Língua Portuguesa é celebrado anualmente no dia 5 de novembro, em todo o território nacional. Mais de 260 milhões de pessoas, em nove países, têm o idioma como oficial, considerando as variações de vocabulário ou organização textual. No Pará, a importância da língua está presente no trabalho de duas professoras, uma no Ensino Médio e outra na Pós-Graduação.

Para Regina Pantoja, secretária-adjunta de Ensino da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), valorizar a língua é fundamental. “A Língua portuguesa é a língua mãe deste país então, mais do que nunca, colocá-la como ponto relevante de todo o processo de comunicação se faz necessário. Por isso, comemorar o Dia Nacional da Língua Portuguesa é comemorar o seu dia, a sua fala, a sua língua e a sua linguagem”, afirmou Regina.

A professora da rede estadual Aline Rossi é idealizadora do Projeto ‘Educação Mão na Massa – Educação para muito mais além do Enem’, que venceu o 1º Prêmio Inova Servidor, na categoria ‘Inovação em Processos Organizacionais na Administração Pública Estadual’. 

Foto: Divulgação/ Aline Rossi

 A compreensão e o estímulo da Língua Portuguesa são fundamentais à proposta do projeto, pois abre portas para outras áreas, como a filosofia, além de oferecer atividades escolares para uma formação cidadã. “O aluno completo, integral, é aquele que além das suas competências e habilidades já significativas, pré-formadas e alimentadas pela própria escola, precisa ser um sabedor e um grande curioso dos assuntos do mundo, com relação a si próprio e ao mundo em que vive. Então o projeto valoriza muito a questão da argumentação, da organização das ideias, da leitura de mundo, o desenvolvimento e a conquista do repertório”, detalhou a professora.

Desta forma, o projeto vai além de disponibilizar conteúdos voltados para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas se configura em uma nova proposta para esse nível educacional.

“A troca cultural só é possível quando comunicamos o que somos, sabemos, e até mesmo ainda não entendemos. Realmente devemos ousar na escola por meio de projetos que incentivem a comunicação, o diálogo, a argumentação, a expressão das ideias, sentimentos e opiniões. O ensino e aprendizagem da língua portuguesa em nossa região é o diferencial no sucesso da pessoa e do cidadão formado para as exigências dos nossos tempos”, ponderou Aline.

O aprimoramento da Educação Básica, a partir da disciplina, também é o foco do trabalho da professora Elisa Pinheiro de Souza, da Universidade do Estado do Pará (Uepa). A docente coordena o Programa de Pós-Graduação em Ensino de Língua Portuguesa e Suas Respectivas Literaturas (PPGELL/Uepa) e compreende que a Língua Portuguesa é dinâmica, em suas versões culta e coloquial, e traduz o ambiente social e cultural do falante.

Com um Mestrado Profissional, o programa busca a qualificação de profissionais comprometidos com o desenvolvimento sustentável da Amazônia. “A interação da criança com a língua inicia muito antes de conseguir falar, pois a sua audição é ‘presa’ aos sons lingüísticos oriundos do ambiente familiar e social, seguindo, mais tarde, o mesmo parâmetro que subsidiou a fixação da língua portuguesa como nativa no Brasil, ou seja, com a fala. Essa primeira fase, dependente do contexto social do infante é de grande importância para o futuro usuário da língua, haja vista que a oralidade e o meio social irão interferir, mais tarde, no processo de aprendizagem da escrita”, pondera Elisa.

Já o aprendizado da escrita é sistematizado na escola tendo por base o padrão culto, considerando que os futuros aprendizes vêm dos mais diferentes segmentos da sociedade, com experiências linguísticas diversificadas. “A língua é um organismo vivo e como tal, apresenta diferenças nos modos de realização lingüística efetivadas pelos falantes. Essas diferenças decorrem dos contextos histórico, geográfico e sociocultural e podem ocorrer nos subsistemas constitutivos da língua, ou seja, no âmbito fonético, morfológico, sintático, léxico e semântico. E isso faz a língua evoluir”, acrescenta a docente.

No contexto do processo de ensino e aprendizagem da língua a diversidade lingüística é um aspecto fundamental, haja vista que as variações lingüísticas identificam a cultura e o ambiente social no qual o aluno encontra-se inserido. “Assim, esse processo deve ser muito significativo, valorizar e respeitar a maneira de falar de cada um, centrar no uso social comunicativo, tudo em prol da pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro”, conclui Elisa.

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