Localizado na região Norte do país, o Estado possui uma população estimada em mais de 4 milhões de pessoas. Em 2021, enfrentou a pior crise de saúde pública. Confira quais foram os fatos e números que marcaram o Estado na ‘Retrospectiva 2021 – Amazonas’, no Portal Amazônia:
Localizado no noroeste do Brasil, o Amazonas é o maior Estado do País, com uma área de 1.559.157,878 km², de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020. Faz parte da Região Norte e possui uma população estimada em mais de 4 milhões de pessoas.
Em 2021, enfrentou a pior crise de saúde pública durante o segundo ano da pandemia da Covid-19. Mas a esperança de dias melhores ainda paira sobre as mentes e os desejos da população amazonense. Confira quais foram os fatos e números que marcaram o Estado na ‘Retrospectiva 2021 – Amazonas‘, no Portal Amazônia:
Primeiro bebê do ano
O primeiro bebê do ano no Amazonas nasceu um pouco depois da virada do ano, às 00:50 do dia 1 de janeiro, em Manaus. A criança é um menino e nasceu na Maternidade Nazira Daou, pesando 3,290 kg. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-AM), os pais são Rosandra Menezes da Gama e Elioney do Carmo Rosas. A família mora no bairro Alfredo Nascimento, Zona Leste da cidade.
Nomes mais registrados e nascimentos
Em 2021, o Amazonas teve 72.924 nascimentos registrados nos cartórios, segundo o Portal da Transparência do Registro Civil da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (ARPEN). O nome mais registrado no Estado ocupa o segundo lugar do ranking brasileiro dos nomes mais registrados no ano, e não, não estamos falando de Valentina ou Enzo, mas sim, Arthur.
Os meninos ‘Arthur’ tiveram 449 registros no ranking amazonense, seguido de Gael, com 404 registros. No caso dos nomes femininos, elas aparecem apenas em 9º lugar do ranking, com o nome Maria Clara, seguido de Maria Alice.
De acordo com o Portal da Transparência do Registro Civil, o país teve mais de 2 milhões de crianças registradas no ano de 2021. Confira a lista com 10 nomes mais registrados do Estado:
Casamentos
Atenção! Comecem a marcha nupcial porque lá vem as noivas ou os noivos: cerca de 865.404 casamentos foram registrados no Brasil em 2021. Quando se trata do Amazonas, mais de 11 mil foram realizados oficialmente no ano, pelo menos 650 à mais do que o ano de 2020.
Somente em Manaus, a capital, foram 8.522 até esta matéria ser concluída. Tefé registrou o segundo maior número: 307. Já os municípios com menores registros de casamento foram Carauari e Santa Isabel do Rio Negro, com apenas um cada.
Mortes
O ano de 2021 se iniciou de forma muito difícil, ao lidar com o segundo ano da pandemia da Covid-19, que ainda não chegou ao fim. No geral, o país teve mais de 1 milhão de mortes e no Amazonas o número já está próximo de 24 mil perdas.
Crise do oxigênio
Não poderíamos deixar de falar de um dos momentos mais difíceis de 2021. Desde o fim das festividades de virada de ano de 2020, os índices de casos de Covid-19 aumentaram no início de janeiro. Nos primeiros dias de janeiro, o número de casos confirmados passavam de 200 mil por dia.
Logo no dia 3 de janeiro, Manaus batia o recorde de internações diárias: 159 hospitalizações, número mais alto até aquele momento registrado desde o início da pandemia, Mesmo com o colapso na rede de saúde, vivido entre abril e maio de 2020. O número de mortes bateria o recorde de vidas perdidas, apenas um dia depois, com mais de 5 mil mortos em decorrência da doença.
De 202.972 casos confirmados no Amazonas, até o quarto dia do ano, 83.440 eram de Manaus (41,11%) e 119.532 do interior do estado (58,89%). Além da capital, 61 municípios estavam com números recordes de casos.
Com o alto número de casos de Covid-19, o Estado sofreu com a falta de oxigênio hospitalar, que não era suficiente para atender todos os pacientes. A White Martins, principal empresa que fornecia o insumo, informou na época que estava com dificuldades de produção, e o governo passou a buscar oxigênio em outros Estados em aviões da Força Aérea Brasileira.
Com o colapso na saúde e o aumento de mortes, o Governo do Estado voltou a instalar câmaras frigoríficas nos principais hospitais na capital, estruturas montadas após o colapso nos sistemas de saúde e funerário.
A crise teve seu pior momento nos dias 14 e 15 de janeiro, com a superlotação dos hospitais públicos e particulares. O estoque de oxigênio hospitalar estava praticamente escasso, levando à morte de vários pacientes por asfixia, logo no início da madrugada do dia 14.
Segundo relatos de médicos em redes sociais, o pouco oxigênio que havia, era encaminhado para pacientes que tinham mais chance de sobrevivência. No dia 14, as internações nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) registrava 2.205 pessoas internadas nas redes pública e privada, apenas em Manaus. O Amazonas contabilizava mais de 5.900 óbitos.
De acordo com o boletim epidemiológico do dia 15 de janeiro, emitido pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), haviam 28.452 casos ativos de Covid-19 no Amazonas. Entre eles, 1.736 pacientes internados, sendo 1.154 em leitos (529 na rede privada e 625 na rede pública), 555 em UTI (252 na rede privada e 303 na rede pública) e 27 em sala vermelha, estrutura voltada à assistência temporária para estabilização de pacientes críticos/graves.
A Falta de oxigênio obrigou a transferência de 235 pacientes de Manaus para outros Estados. Os pacientes foram encaminhados para o Acre, Distrito Federal, Maranhão, Pernambuco, Piauí, João Pessoa, Rio Grande do Norte, Pará e Goiás.
Várias pessoas e diversos artistas se mobilizaram para comprar e enviar cilindros de oxigênio para ajudar a suprir a necessidade do Estado. Além disso, as chamadas “vaquinhas virtuais” foram realizadas para a compra de equipamentos hospitalares básicos que também estavam em falta devido a alta demanda.
As mobilizações também levaram as pessoas a distribuírem água e comida na entrada dos hospitais, onde familiares aguardavam por alguma notícia sobre o estado de saúde dos pacientes.
No dia 11, cerca de 25 toneladas de cilindros de oxigênio chegaram em Manaus para atender os hospitais, vindo de Belém, encaminhados no dia 8. Já no dia 15, ápice da crise, outro avião da FAB pousou em Manaus com mais 6 mil litros de oxigênio líquido da empresa White Martins.
Outros aviões de companhias aéreas privadas se disponibilizaram para transportar cilindros de oxigênio de forma gratuita até o Estado. No dia 19 de janeiro, uma carga enviada da Venezuela com 13.660 metros cúbicos de oxigênio foram enviados por Nicolás Maduro.
Um comboio com 160 mil m³ de oxigênio chegou com atraso em Manaus. Os caminhões saíram de Porto Velho (RO) com previsão de viagem de 36 horas para chegar no dia 21 de janeiro, entretanto, devido às condições da BR, chegaram apenas 3 dias depois, no domingo (24).
Além disso, usinas de oxigênio foram montadas na capital e interior do estado para auxiliar na demanda. Aos poucos, foram conseguindo estabilizar o oxigênio, através de aviões, caminhões e embarcações, chegando ao fim do desespero e da agonia, apenas no início de fevereiro.
Vacinação contra Covid-19
Com a segunda onda do novo Coronavírus eclodindo no início do ano, os casos de pessoas infectadas dispararam em 2021. O total de casos confirmados no Estado, até o momento em que a matéria foi produzida, era de 433.588. O número de mortes chegou a 13.834 pessoas.
Com o início da vacinação, no dia 18 de janeiro até o momento, mais de 5 milhões de doses foram aplicadas, divididas entre primeira dose, segunda dose, dose única, além da dose de reforço.
Cerca de 69,8% da população amazonense está com o esquema vacinal completo. Somente na capital, Manaus, 3.336.972 milhões de doses foram aplicadas até o fim de dezembro. Seguido por Alvarães, com 10.867 doses aplicadas.
Cheia Recorde do Rio Negro
O nível do Rio Negro atingiu proporções inesperadas nesse ano. Desde abril, o rio apresentava índices preocupantes. O nível do rio atingiu a marca de 29 metros ainda no fim de abril em Manaus. A previsão seria a estabilidade do rio, porém, não foi o que aconteceu.
No dia 31 de maio o nível atingiu o recorde histórico de 29,97 metros que já havia sido registrado em 2012. No dia seguinte, a marca foi ultrapassada por 1 centímetro, considerada até o momento, a maior medição histórica na capital amazonense.
Entretanto, no dia 5 de junho, o Rio Negro acabou alcançando a surpreendente marca de 30,02 metros. De acordo com o boletim da Defesa Civil, mais de 45 mil pessoas foram atingidas pela cheia.
Em Manaus, foram construídos 13 mil metros de pontes e passarelas. O centro histórico registrou vários pontos de alagamento e a tradicional Feira da Manaus Moderna, também no Centro, teve que ser transferida para uma balsa.
Terremoto
Em 2021, alguns tremores de terra foram sentidos no Estado. Em 31 de janeiro, um reflexo de abalo sísmico de 5,7 de magnitude, vindo da capital da Guiana, Georgetown, foi percebido por moradores de Manaus. Um segundo evento ocorreu em 10 de março, quando um tremor de magnitude 3,9 foi registrado na região de Presidente Figueiredo.
No dia 28 de maio, A Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) registrou um tremor de terra na divisa entre o Amazonas e Roraima, no início da madrugada. Segundo o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), o evento teve 4,7 graus de magnitude na escala Richter. A Rede informou que o abalo sísmico foi sentido com mais intensidade na região da cidade de Barcelos (AM), no noroeste amazônico, e em Manaus, a cerca de 400 quilômetros de distância.
Já no dia 8 de setembro, um tremor foi registrado no município de Atalaia do Norte, no interior do Amazonas. O terremoto de magnitude 4.8 foi considerado mediano para os níveis já registrados no Brasil.
E não parou por aí. Outro reflexo de abalo sísmico foi sentido no Estado no dia 28 de novembro. Na manhã daquele dia, um terremoto atingiu o Peru, de magnitude 7.5 na escala Richter. Moradores de pelo menos três municípios do Estado (Benjamin Constant, Atalaia do Norte e Tabatinga) sentiram o impacto. O terremoto ocorreu no centro da Amazônia peruana e se espalhou para o norte e na zona central. O momento foi registrado por moradores e divulgado nas redes sociais.
Casa sendo arrastada por pessoas
Não podemos deixar de mencionar uma das situações mais inusitadas registradas no Amazonas, esse ano. Em uma comunidade ribeirinha, no município de Rio Preto da Eva, moradores se uniram para carregar e arrastar, literalmente, uma casa de um ponto ao outro. Por mais impressionante que pareça, a mudança registrada no vídeo é comum na região.
Conta pra gente: lembra de mais algum fato ou curiosidade que marcou seu Estado?