Roberto Dinamite critica Campeonato Amazonense no 2º semestre

MANAUS – A definição do Campeonato Amazonense de Futebol para o segundo semestre de 2016 gera polêmica. O experiente Roberto Dinamite, que jogou em 2015 pelo Fast Clube, tomou a frente da classe dos atletas amazonenses e criticou veementemente a decisão. Ele condena o fato de muitos jogadores passarem até oito meses sem atividades profissionais antes do início do estadual, em meados de julho ou agosto. Sobraram críticas até para a Associação dos Clubes Profissionais do Amazonas (Acpea).
Roberto Dinamite jogou a temporada de 2015 pelo Fast Clube. Foto: Adeilson Albuquerque/Rede Amazônica
“Cada um defende a sua classe. Outros atletas infelizmente não tem a oportunidade de se expressar, mas eu me pergunto até agora o que a associação dos clubes trouxe de benefício ao futebol amazonense. Mudar o calendário? Que benefício é esse que vai deixar os atletas de sete a oito meses sem atividades profissionais?”, esbravejou à rádio CBN Amazônia.
Dinamite jogou por cinco anos na Macedônia e disputou até mesmo a fase preliminar da Liga dos Campeões. Desta forma, o jogador naturalmente deve ter espaço em outros mercados, mas fala em nome de outros atletas locais que não vivem a mesma situação. “Eu sou bem sucedido, o Fininho é, o Charles é. Mas e os outros 150?”, questionou.
Curiosamente, o discurso do jogador vai de encontro ao do Fast Clube, equipe pela qual atuou em 2015. O Fast foi uma das nove das 14 equipes que votaram a favor do campeonato no segundo semestre. A proposta inclusive é encabeçada por Cláudio Nobre, vice-presidente do Fast e presidente da Acpea.
Mesmo com a realização dos Jogos Olímpicos, Dinamite não concorda com os motivos pelo qual o campeonato mudou de período. “Falam do inverno, mas o campeonato sempre foi disputado na chuva. E agora nós temos três centros super desenvolvidos [Arena da Amazônia, Colina e Carlos Zamith] que a Copa nos deixou. Isso é falta de boa vontade pra fazer o futebol amazonense melhor. Dizem que não tem torcida, mas o que fazem pra atrair o torcedor? Deixar o campeonato parado por sete meses?”, criticou.
Questionado se os atletas deveriam ser chamados para a reunião que definiu os rumos do futebol amazonense, Dinamite afirmou que uma classe mais unida seria capaz de ‘acabar’ com o futebol local. “Muitos atletas são leigos do que eles têm direito. Se todos [os jogadores] baterem de frente, o futebol amazonense acaba, todos os clubes vão falir. Se fizessem um sindicato [de atletas profissionais do Amazonas], o nosso futebol estaria muito pior, pois iriam exigir carteira assinada, FGTS, INSS e direitos de imagem”, ponderou.
Sem perspectivas, o volante admite que pode deixar o futebol amazonense em 2016. “Eu tenho minha vida paralela ao futebol, mas sou um atleta profissional. Infelizmente não teremos futebol no primeiro semestre, então vamos procurar outros Estados. Se não rolar, cada um segue sua vida”, disse.
Apenas três clubes amazonenses terão competições oficiais no primeiro semestre: o Nacional, que disputa Copa Verde e Copa do Brasil; o Fast Clube, com a Copa Verde; e o Princesa do Solimões, na Copa do Brasil.
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