Por que Manaus virou a casa perfeita para a estreia de Tite em solo brasileiro?

O jogo entre Brasil e Colômbia já estava acertado desde maio para Manaus. De lá pra cá, muitas reviravoltas. A eliminação na Copa América, o descrédito com Dunga e os escândalos na CBF fizeram o torcedor manauara praticamente ignorar o duelo na Arena da Amazônia. Mas o ouro olímpico, a chegada de Tite e a estreia convincente contra o Equador reacenderam a hospitalidade e o carinho dos amazonenses. A harmonia virou trunfo para o jogo desta terça-feira (6), pelas Eliminatórias para a Copa de 2018.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Os ingressos para Brasil x Colômbia começaram a ser vendidos no dia 10 de junho. Um mês e meio depois, nem cinco mil bilhetes haviam sido comercializados. Pesava não apenas o mau momento, mas também o valor dos ingressos. O mais barato custava R$ 110 (meia-entrada).A intervenção do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) para reduzir o valor dos ingressos deixou a situação ainda pior. Especulou-se até mesmo a transferência do jogo para Brasília, mas no final, CBF e MP acordaram uma redução de 5% e um treino aberto como ‘compensação’.Mas esse não foi o ponto de partida da reviravolta. O ânimo do manauara reacendeu com a conquista do inédito ouro olímpico contra a Alemanha. As vendas alavancaram a partir de então, mesmo que ainda tenham ingressos disponíveis para o jogo. “A Olimpíada nos ajudou bastante na aproximação com o torcedor. Os meninos correram pra caramba, não conquistaram o ouro à toa, e o torcedor pôde ver mais de perto a essência do jogador”, disse o goleiro Alisson.

A vitória por 3 a 0 contra o Equador na estreia de Tite criou uma ansiedade ainda maior pelo jogo em Manaus. Com todo o cenário a favor, a capital amazonense virou a casa perfeita para a estreia do treinador em uma partida oficial no Brasil.
O afago do torcedor amazonense ficou explícito no treino aberto de sábado (3). Uma oportunidade rara de se aproximar um pouco mais dos ídolos. Manaus não recebia um jogo da seleção principal desde 2003, há 13 anos. Excessos à parte, como a invasão de campo e o ‘golpe de judô’ em Neymar, a alegria dos manauaras contagiou a seleção brasileira.
“Nós jogadores observamos os gestos dos torcedores. Para ter esse carinho temos que fazer um bom trabalho em campo”, disse o volante Paulinho. A presença de 15 mil torcedores no treino aberto resultou na arrecadação de 15 toneladas de alimentos, que serão doados a instituições de caridade. “A maioria dos jogadores tem alma solidária, ficamos felizes quando incentivamos esses gestos”, afirmou Alisson.
Retoques finais
Sem ‘oba-oba’, a seleção treina pela última vez em Manaus nesta segunda (5), às 17h, na Arena da Amazônia. Nos dois primeiros treinos, Tite trabalhou conceitos específicos como pressão na saída de bola, movimentação ofensiva, jogadas ensaiadas e atividade em campo reduzido.
A metodologia ganhará retoques finais na véspera do jogo. Tudo indica que o Brasil vai repetir o time que venceu o Equador em Quito, no tradicional 4-1-4-1 de Tite: Alisson; Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Marcelo; Casemiro; Willian, Paulinho, Renato Augusto e Neymar; Gabriel Jesus.
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