Pesquisador italiano e campeão de Jiu-Jitsu visitam projeto de inclusão em Manaus

Foto: Altemar Alcântara/Semcom-AM

O Projeto ‘Aprender, Conviver e Lutar‘, da Secretaria Municipal de Educação (Semed), recebeu na manhã desta terça-feira (14) a visita do pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o italiano Leonardo Tonelli e do campeão mundial de Jiu-Jitsu, o amazonense, Alexandre Ribeiro. Os dois puderam assistir a uma aula de apresentação com alunos especiais que fazem parte do projeto, desenvolvido na Escola Municipal de Educação Especial André Vidal de Araújo.

A ideia do projeto é aplicar os princípios das artes marciais como: respeito, disciplina, lealdade e amizade para fortalecer o desenvolvimento cognitivo e social dos estudantes com autismo, paralisia cerebral e deficiência auditiva. Em 2016 foram atendidas 40 crianças e o objetivo desse ano é aumentar esse número.

Morando em San Diego, nos Estados Unidos, o amazonense Alexandre Ribeiro, sete vezes campeão mundial de Jiu-Jitsu no Abu Dhabi Submission Wrestling World Chamipionship, cinco vezes campeão Pan-Americano e dono de outros títulos, falou sobre o que achou do trabalho inovador desenvolvido pela Semed.

“Já viajei o mundo inteiro, participei de seminários, mas hoje eu transpus uma limitação que eu tinha nesse sentido, ao ver uma criança com paralisia cerebral. Saber que o Jiu-Jitsu, um esporte que brigo tanto pela legitimidade, pela capacidade de mudar vidas, e ver um exemplo desses, na minha terra, é muito gratificante”, contou.

Exemplo a ser seguido

De Férias na capital amazonense, o pesquisador da UFRGS, que trabalha com atividade física e saúde pública, Leonardo Tonelli, já tinha informações do projeto, mas ainda não tinha se aprofundado sobre as atividades. Ao ver a aula de apresentação, ele ficou admirado e vai levar a ideia para sua universidade e para sua terra natal, a cidade italiana de Bologna.

Foto: Altemar Alcântara/Semcom-AM

“Seria bem legal aproveitar essa ideia, no Rio Grande do Sul e para a Itália. Temos escolas inclusivas com crianças especiais. Acho que essa técnica deixa assim viável uma maior inclusão, porque utiliza os corpos das pessoas, o que proporciona um contato emocional, quando se usa o corpo em contato com outro”, comentou.

Satisfeita

A doméstica Lucélia Gomes, mãe da pequena Maria Vitória, de 7 anos, aluna da Escola Municipal de Educação Especial André Vidal de Araújo, disse que depois que sua filha participou do projeto foi possível perceber uma grande melhoria na condição física da criança. “Ela melhorou o controle de tronco cervical, que deixava o pescoço muito caído.  Ela gosta desse ambiente, gosta de interagir com todos, enfim, foi ótimo. Todos os dias que ela vem é um aprendizado para ela”, disse.

Reconhecimento

O subsecretário municipal de Infraestrutura e Logística da Semed, Thiago Balbi, simpatizante do esporte, ficou encantado com a aula de apresentação das crianças e destacou a importância da visita de duas pessoas como Leonardo Tonelli e Alexandre Ribeiro, que podem ajudar a massificar e difundir o projeto.

“O projeto é muito valoroso. Conheço outras terapias que são feitas para crianças especiais, mas ainda não tinha visto com o jiu-jitsu. A vinda do Alexandre Ribeiro é muito boa, por ser um atleta conhecido mundialmente. E vir um pesquisador da Itália, também para conhecer o trabalho, é porque o que está sendo feito está sendo bem falado lá fora”, disse.

Para o coordenador de esportes da Semed e do projeto, Ronnie Melo, a equipe de profissionais usa a filosofia “Avatar”, ou seja, o professor trabalha juntamente com as crianças com paralisia cerebral, estimulando os movimentos, para que ela entenda a arte marcial. 

Segundo ele, receber a visita de dois importantes profissionais é algo para se comemorar. “Estamos contentes de ter esse reconhecimento do nosso trabalho, pois é muito importante o que fazemos dentro da Semed, que nasceu aqui na sede e é pioneiro em todo Brasil”, disse.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Parque do Utinga bate recorde de visitantes em 2024 e projeta ações para a COP30 em Belém

Até o dia 13 de dezembro, mais de 470 mil pessoas passaram pela Unidade de Conservação (UC), superando em 40 mil o total registrado no mesmo período de 2023.

Leia também

Publicidade