Aos 32 anos, Daniela estava afastada do futebol feminino desde 2010. Ela encerrou a carreira de forma precoce, aos 26, após uma entrada violenta da norte-americana Abby Wambach, melhor do mundo em 2012. “Me magoou muito. De lá eu fiz três cirurgias e praticamente me excluí da modalidade”, contou.
No mês passado, Daniela Alves aceitou o convite para ser auxiliar técnica de Doriva Bueno na seleção sub-20. “Fui muito bem recebida. Eu tenho essa facilidade de passar a experiência muito boa que eu tive. Disputei três Olimpíadas e três Mundiais, o primeiro deles sub-19, que a Fifa criou. Quando eu jogava, já tinha essa função de liderança em mim”.Em Manaus, Daniela terá a oportunidade de auxiliar o técnico da sub-17, Luizão, na avaliação de jogadoras em Manaus. Foi em uma seletiva na cidade que a CBF descobriu Micaelly Brasil, atual camisa 10 da seleção sub-17. Daniela compartilha sua experiência para motivar as manauaras. “Nunca desista. Na minha época era difícil lutar contra os meus pais, isso não era visto com bons olhos. Hoje em dia, onde tem uma quadra, tem uma menina jogando futebol”.
A ex-jogadora da seleção também se posicionou sobre a chegada de Emily Lima à seleção e, consequentemente, a representatividade da nomeação para as mulheres. “Sempre esteve aberto o espaço, faltava aprimoramento. A Emily estudou, foi em busca do conhecimento e está lá por isso, não foi caindo do céu”.
Apesar do novo trabalho como auxiliar, Daniela garante que ser treinadora ainda não é um objetivo. Ao menos não por enquanto. “Não me vejo ainda numa tal posição. Quero estudar, me aprimorar. Tenho muito conhecimento a passar, mas como fiquei muito tempo afastada do futebol, quero me aprimorar”, disse.