Intercâmbio reúne atletas da Luta Olimpíca em Manaus

A busca incessante em se tornar o melhor na Luta Olímpica levou um total de sete atletas de São Paulo e do Rio Grande do Norte a iniciarem os primeiros dias de 2017 na Vila Olímpica de Manaus, no Dom Pedro. Considerada um dos principais polos do esporte no Brasil, os atletas estão se capacitando com profissionais cubanos e amazonenses e querem chegar ao nível dos competidores do Estado.

Desde as festas natalinas em Manaus, a potiguar Gabriele Cunha, de 17 anos, vem aproveitando cada segundo para evoluir no esporte. Os treinos da atleta são diários e acontecem numa média de duas horas, com a supervisão do mestre Waldeci Silva.

“Partiu da gente vir para Manaus. Aqui é considerado o melhor lugar no esporte. Para a nossa melhora e evolução decidimos vir e está sendo muito bom. Aqui eles treinam muito a repetição, que melhora na hora da luta. No Rio Grande do Norte é muita técnica e pouca repetição”, comparou a atleta Juvenil, acompanhado de mais três atletas da região.

Foto: Antônio Lima/Sejel
O jovem Gabriel Rocha, de 17 anos, conheceu o esporte num momento difícil de sua vida e se apaixonou pela modalidade. Em Manaus, além do treino pesado, ele tem que encarar o clima, que nem sempre é tão amigo.

“Desde 2012 estou na luta olímpica. Meu pai faleceu e um professor do colégio apresentou a luta olímpica para mim. Foram muitas conquistas e derrotas, mas estou treinando. Devagar vamos alcançando e aqui no Amazonas estamos com os melhores. Já passei mal aqui, é muito quente e o treino é muito forte. Algumas técnicas são diferentes, mas estou gostando muito”, disse.

Completam a seleção potiguar os atletas Matheus Belo e Carlos Eduardo, ambos de 15 anos. “O treino aqui é muito bom, muito forte. A galera aqui é muito bacana. É treinar e repetir, até estar bom”, afirmou Belo, que ao lado dos amigos vão deixar a capital no próximo dia 25 de janeiro.

De São Paulo para Manaus

Direto da terra da garoa para o calor da Amazônia. Se antes eram os atletas daqui que saiam para aprimorar os conhecimentos no concorrido Sudeste, atualmente são os atletas de lá que fazem questão de vir para o Norte. Ao menos os atletas da luta olímpica Evelin Matos, Vinicius Joaquim e Marcio Peres.

Bicampeã brasileira até 49 kg e quinto lugar no Pan-americano 2016 no Peru, Evelyn Matos, 17 anos, é promessa da modalidade. Com a carga de treinos pesados, a atleta de São Paulo está aproveitando ao máximo as diárias de treino na Vila Olímpica de Manaus. 

“Em São Paulo é muito difícil. Falta material humano. Lá não tem menina forte para lutar comigo, então acabo treinando com meninos mais fortes ou ficando sem treino, pois os garotos também precisam se poupar para não me machucar. Aqui em Manaus sofremos um pouco por causa do calor, mas dá para levar. Os atletas amazonenses são fortes e o melhor intercâmbio é aqui mesmo”, afirmou a atleta, campeã de cinco títulos paulistas e integrante da seleção brasileira.

De olho há alguns anos no estilo da luta amazonense, o atual vice-campeão brasileiro na categoria até 63 kg, Vinicius Joaquim, realizou uma das vontades de crescer no esporte. Porém, para ele, mais difícil do que conquistar um objetivo é manter o mesmo. Assim, o aperfeiçoamento se faz necessário.

“Nas competições sempre testemunhamos o Amazonas se destacar. Tem um nível mais avançado, comparado com outros Estados. Aqui tem o melhor wrestling, tem uma grande variação e assim dá para desenvolver o esporte junto com São Paulo e com Rio Grande do Norte que estão aqui. Passei meu natal e ano novo fora de casa, longe dos meus pais, mas estou evoluindo muito e isso é o mais importante”, contou o lutador de 17 anos.

Palavra do Mestre

Professor e lutador, Waldeci Silva é um dos mais qualificados lutadores do país. Ao lado dos técnicos cubanos Dagoberto Arbolaez, Elio Pacheco e Jorge Luiz formam a linha de frente do esporte destaque da Vila Olímpica e do Amazonas.

“A equipe de fora  está gostando e aproveitando bastante. Estamos corrigindo bastante as deficiências deles. São atletas disciplinados e obedientes. Nossa federação está ai para somar com a luta brasileira. Independentemente de qualquer Estado, estaremos sempre de portas abertas. Nosso principal objetivo é fazer o esporte crescer no Brasil”, disse Waldeci.
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