A comunidade do futebol local se solidarizou pela morte de Guanair. O técnico do Fast, João Carlos Cavalo, teve contato direto com Guanair ao longo do segundo semestre e lamentou a perda. “Era uma pessoa muito alegre, um profissional ímpar. Trabalhamos pela primeira vez no Rio Negro, que foi o primeiro clube que assumi como profissional. Nos encontramos novamente no Grêmio Coariense [em 2005, ano do título amazonense] e agora novamente no Fast”, recordou ao canal Amazon Sat.
“Tudo aconteceu muito rápido. Estávamos indo pro treino numa sexta-feira, há 15 dias, e de repente ele sentiu dores no peito e desmaiou. Ele estava contando piada, foi uma coisa súbita. Levamos ele pro João Lúcio e nos últimos dias ele foi transferido pro Francisca Mendes”, completou Cavalo. Guanair seria submetido a uma cirurgia cardíaca no Hospital Francisca Mendes, mas o procedimento não foi realizado em tempo hábil para salvar a vida do profissional.
O técnico Alberone Souza, do São Raimundo, também trabalhou com Guanair no título do Grêmio Coariense em 2005. “Eu particularmente fico triste porque convivi bastante tempo com ele naquele ano. É difícil até falar porque a gente fica com um nó na garganta. Só peço a Deus que fortaleça os familiares dele. Tenho certeza que ele reservou um lugar abençoado pro Guanair”, disse o treinador.
Aderbal Lana também se pronunciou sobre o ‘Garotinho’, como era conhecido Guanair pelo famoso bordão ‘fala, garoto!’. Lana recorda que, no início de sua trajetória no São Raimundo, tentou sem êxito levar o ex-goleiro para o Tufão. “Naquele momento ele se negou a ir, ninguém acreditava muito no nosso time. O tempo foi passando e a gente até trabalhou junto. Aí eu brincava com ele dizendo ‘olha o que você deixou de pegar’ (risos). Era um cara muito alegre, espontâneo, e a gente lamenta muito”.
Como profissional, Guanair tinha uma motivação extra para exercer a função de treinador de goleiros: o filho, Guanair Júnior, é goleiro reserva do Fast. Aos 20 anos, o garoto vem de uma trajetória vitoriosa na base do Rolo Compressor. “Era um pai tentando fazer com que o filho desenvolvesse aquilo que ele foi”, disse Lana. “Eu via o Guanair falar que só continuava no futebol por causa do filho dele”, revelou Cavalo.