‘Cacique da Copa’: amazonense realizará sétima viagem à Copa do Mundo

Todo mundo sabe que quando se trata de futebol, a emoção e a paixão do brasileiro é tão grande, que é capaz de ultrapassar qualquer fronteira geográfica. E o que dizer da história do empresário  Oséias Lima? Aos 54 anos, o passaporte do amazonense registra 6 copas do mundo, onde rodou o mundo viajando para torcer nas arquibancadas, por cada lance da seleção pentacampeã. Conhecido pelos torcedores nas arquibancadas como “Cacique da Copa”, o currículo de Oséias é tão extenso, que é capaz de causar inveja a qualquer jogador de futebol profissional. E hoje já arruma as malas para assistir aos jogos em solo russo.

Apaixonado por futebol, Oséias conta que o sonho de viajar pelo mundo e acompanhar os jogos da seleção brasileira começou em 1970, quando tinha 10 anos. “Sempre fui fascinado pelo futebol, de presenciar aquele grande espetáculo dentro das quatro linhas de um campo, vibrando a cada lance na arquibancada. Então prometi para mim mesmo, que no dia que eu tivesse condições financeiras, eu não perderia nenhuma oportunidade de viajar. Hoje eu só faço abrir a carteira e viajo para onde a Copa do Mundo me levar”, disse. 

Foto: Walter Mendes/Jornal do Commercio
Lima explica que a realização do sonho de acompanhar os jogos da seleção brasileira de futebol, teve a arrancada na copa do mundo de 1994, nos Estados Unidos, onde presenciou ao vivo e em cores, o capitão Dunga levantar a quarta taça, da história da seleção canarinho. Na ocasião, ele acompanhou os jogos sem a companhia da família. “A minha esposa não gostava de futebol, e minhas filhas casaram e ficaram com os maridos, comecei a jornada sozinho. Em 1994 tive minha primeira viagem em Copa do Mundo sendo coroado com o tetracampeonato do Brasil. Com uma seleção desacreditada, as estruturas dos estádios da terra do Tio Sam, tremeram com a dupla Romário e Bebeto, grandes responsáveis por aquele grande título”, disse. De lá para cá as aventuras não acabaram. França 98, Coreia do Sul e Japão 2002, Alemanha 2006, África do Sul 2010 e Brasil 2014. Em uma montanha russa de emoções seu Ozéias presenciou altos e baixos da seleção, alegrias e frustrações e muita história para contar na bagagem.

A decepção

Após a conquista da copa nos Estados Unidos, a seleção era a grande favorita a levantar mais uma vez o troféu em 98 na França. Animado e motivado para presenciar mais um título, seu Oséias presenciou uma das maiores frustrações futebolística da sua história. Empolgado com o grande desempenho de Ronaldo, eleito o craque da copa, e após o grande jogo nas semifinais onde eliminou a grande seleção holandesa nos pênaltis, a seleção verde amarela sucumbiu ao time sólido da seleção francesa, liderada pela genialidade do jogador Zinedine Zidane, hoje atual técnico do Real Madrid. Em meio ao frio da torcida, em pleno enigmático stade de France, em Paris,  Oséas viu um time brasileiro apático, um craque irreconhecível e o sonho do quinto título virar cinzas.

“Cara foi um jogo muito estranho. Aquela seleção era muito dependente do Ronaldo, tínhamos tudo para levar aquele título, mas aí aconteceu aquele problema com o Ronaldo que passou mal um dia antes do jogo e teve uma atuação muito apagada. No bando tínhamos o Edmundo, que estava comendo a bola, estava jogando muito. E eu não sei o que aconteceu. O Zagalo não colocou ele em campo, com medo de barrar o Ronaldo e ser criticado. Em campo tínhamos o lateral Roberto Carlos que estava mais preocupado em ajustar o meião do que jogar futebol. Foi um dia muito frustrante”, ressaltou.

Mais um capítulo do seu grande livro de aventuras

Em 2002, na Coreia e Japão, pela primeira vez dois países sediaram os jogos da copa, e de forma inédita os jogos aconteceram fora do eixo Europa/América. E em solo asiático, mais uma vez o empresário Oséas se fazia presente com o seu característico cocar na cabeça, fazendo novas amizades e conquistando a simpatia das pessoas. “A copa de 2002 foi um dos momentos mais marcantes. Porque foi  a recuperação da seleção. Ronaldo deu a volta por cima e trouxemos o título”, disse.
Após várias aventuras ao redor do mundo Oséas enfim conseguiu contagiar e convencer a esposa, Silvana Lima, com quem é casado há 30 anos, a acompanhá-lo nos jogos. E nas copas seguintes na Alemanha, África do Sul e Brasil, ela finalmente sentiu o gostinho de prestigiar nas arquibancadas, de entoar o grito de gol. “Tenho que seguir para onde ele vai. Às vezes, ele vai gritar na frente dos hotéis e eu tenho que ir junto. A paixão dele acaba contagiando a família toda. Todo mundo entra no clima”, disse a esposa.

“Nos jogos da copa da Alemanha a minha esposa pôde sentir o clima dos jogos. A oportunidade de conhecer pessoas novas e novas cultura. A alegria de estar no estádio vibrando e vestindo as cores do nosso Brasil. No Brasil ela estava bastante animada e curtimos muito. Fizemos novas amizades e guardamos ótimas recordações”, disse o empresário.

Já na copa do mundo no Brasil, Oséas assistiu a maioria dos jogos na cidade de Fortaleza, onde ele tem um apartamento. E desta vez, a festa foi completa, pois esteve presente a esposa, filhas e netos, onde prestigiaram juntos aos jogos e ao mesmo tempo dividiram alegrias e frustração com a histórica goleada de 7 a 1 diante da Alemanha. “Foi uma derrota muito dolorosa. Não esperávamos perder daquela forma. O clima no Mineirão era de decepção total.  Uma seleção apática, com bandos de chorões com saudades da mamãe. O Fred um verdadeiro cone. Foi triste presenciar aquilo com a minha família e infelizmente entraram para a história de nossas viagens”, conta.

Neste ano na Rússia, ele já prepara as malas junto com a família e já traçou todo roteiro para aproveitar cada momento. E com a filosofia de trabalho do treinador Tite, acredita que o Brasil tem grandes chances de trazer o hexa para casa. “Esse time está mais compacto. Os jogadores respeitam o Tite.O Tite tem os jogadores nas mãos e acredito em bons jogos. A minha expectativa é que eu possa viver bons momentos com a minha família na Rússia. Aproveitar cada oportunidade, cada momento que o futebol irá nos oferecer e com certeza mais um capítulo nesse grande livro de aventuras”, ressaltou.
Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Pará perde Mestre Laurentino; artista completaria 99 anos em janeiro de 2025

Natural da cidade de Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó, ele era conhecido como o roqueiro mais antigo do Brasil.

Leia também

Publicidade