O coralista da ópera, Márcio Cruz. Foto: Layanna Coelho/Amazon Sat

Um coro, na música, é um conjunto de cantores que se apresentam divididos em tipos de voz – sopranos, contraltos, tenores, baixos – para criar uma harmonia. Os coros podem cantar música clássica ou popular, com ou sem a presença de instrumentos musicais.
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Diferente do que se pode imaginar, nem todos que cantam em um coral cantam em ópera. No entanto, tradicionalmente, o Festival Amazonas de Ópera (FAO) conta com a participação de membros do Coral do Amazonas, como o coralista Márcio da Cruz.

Há pelo menos 25 anos, Márcio faz parte do Coral, que foi criado em 1997 (no mesmo ano do primeiro FAO), para atender ao Programa de Música Erudita e Artes da Secretaria de Cultura.
Ele participou de vários projetos de capacitação e fez parte das primeiras turmas do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro, uma das primeiras escolas de artes públicas da Região Norte.
“Minha relação com a música aqui na cidade se deu lá no antigo Centro Cultural Cláudio Santoro, hoje Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro, no início dos anos 2000, quando eu já fazia parte de alguns coros na cidade, coros da UTAM, hoje UEA, e Coral da Nilton Lins. Aí eu fui para o Cláudio Santoro e eu fiz parte do Coral Jovem, que até hoje existe, e do Coral Jovem também fiz parte do Coral de Câmara”, recordou.
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Contato com a Ópera
Enquanto se profissionalizava como músico, Márcio conta que teve seu primeiro contato com a ópera ainda no início dos anos 2000:
“Em 2001 foi quando eu tive minha primeira experiência com o Coral Jovem. Uma ópera que foi a Flauta Mágica, isso há 24 anos. Depois, no ano seguinte, em 2002, foi quando nós tivemos Cavalleria Rusticana [ópera] e também o Coral Jovem mais uma vez participou. E durante esse tempo, nesse período, eu fui fazendo os concursos para o Coral do Amazonas. Eu fiz por três vezes. Consegui na terceira e desde então, são 20 anos como membro do Coral”.

Como toda a trajetória tem seu início, ele lembra do período entre 2005 a 2009, em que precisava atravessar de balsa, de madrugada, para voltar para o município de Iranduba, onde morava.
“Na época não existia a ponte, era só balsa. E imagina, você sair daqui 23h, 23h30, quase meia noite e tem que voltar para o Iranduba. Eu tinha família aqui em Manaus, mas eu morava lá. E saía toda noite, às vezes correndo daqui para o São Raimundo. E foram quatro anos assim, foi quando eu vim para Manaus, me estabeleci e conheci minha esposa”, acrescentou.
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O FAO para o músico

O coralista comenta, sob seu ponto de vista, a importância do festival para qualquer músico amazonense: “O Festival Amazonas de Ópera, hoje, é o sonho de qualquer cantor, qualquer coralista nessa cidade, fazer o teste, fazer o concurso, entrar no Coral do Amazonas, esse é o sonho de todo cantor, para um dia estar no palco do Teatro Amazonas, especificamente no Festival Amazonas de Ópera, que, quer queira, quer não, é o nosso maior cartaz, não só em Manaus, não só no Amazonas, mas também no Brasil e no mundo, agora sendo levado para outros países através da direção do FAO”, ressaltou.
Além de construir sua carreira na música, a música proporcionou o encontro com sua esposa, pianista manauara.

“A música já mudou destinos de nações, a música já mudou vidas de pessoas. Então a música, para mim, faz parte da minha vida. Eu sou casado com uma pianista, que é nascida aqui na cidade, viveu desde criança dentro desse teatro também. Sua tia tinha escola de piano, Ivete Ibiapina, e nós nos conhecemos justamente na ópera, ou seja, a minha vida também privada particular, ela respira todo esse mundo da ópera, todo esse mundo da música”, fala o músico de maneira saudosista.
Por fim, anuncia que a música tem um papel importantíssimo na sua vida – profissional e pessoal – devido a uma linguagem única que a mesma transmite.
“A música da minha vida, seja ela no teatro ou fora, para mim, faz parte da minha vida. Eu tenho as minhas playlists no meu telefone, vivo escutando, onde eu estiver é fone de ouvido e escutando porque o ser humano respira música. Música é uma linguagem única, é indescritível o que a música é para mim, é só vivendo”, finalizou.
Ópera em Rede
O Ópera em Rede é um projeto que tem como objetivos democratizar o acesso à música lírica e a valorização da cultura amazônica, realizado pela Fundação Rede Amazônica (FRAM), com o apoio de: Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC), Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC-AM), Governo do Amazonas e Amazônica Net.