Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia
Na oficina agitada do Curral Lindolfo Monteverde, entre tecidos, penas e estruturas coloridas, uma figura se destaca pelo olhar atento e pelas mãos que transformam ideias em arte: Alessandro Oliveira, figurinista do Boi da Baixa do São José, em Parintins. Aos 32 anos, ele é responsável por criar as indumentárias de quatro importantes itens da apresentação vermelha: a Cunhã-Poranga (Isabelle Nogueira), a Rainha do Folclore (Lívia Christina), o Pajé (Adriano Paketá) e o Apresentador (Israel Paulain).
📲 Acompanhe os especiais do Portal Amazônia no Festival de Parintins
Com um sorriso tímido, mas um orgulho evidente, Alessandro compartilha que sua história no Festival de Parintins começou cedo.
“Trabalho no festival desde os 16 anos. No Garantido mesmo, entrei em 2017, na transição para 2018. Desde então, venho trilhando esse caminho com muito respeito à cultura e à tradição do boi”, contou.
O trabalho de Alessandro vai muito além de costurar figurinos: ele realiza verdadeiras transformações. “A parte mais difícil do meu trabalho são essas mudanças. Cada figurino precisa se transformar na arena, contar uma história viva diante do público”, explicou. Ele especifica que essas transformações exigem criatividade, técnica e, principalmente, muito planejamento e articulação com os demais artistas e setores do bumbá.
Lidar com prazos apertados, alinhar equipes e garantir que tudo funcione no ritmo intenso do festival faz parte da rotina dentro do Lar do Garantido.
“Graças a Deus, consigo administrar bem a minha equipe e ainda manter um diálogo constante com a direção do boi. Tudo flui porque todos aqui compartilham o mesmo objetivo: emocionar o público”, falou Alessandro.
📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp
Entre os muitos momentos marcantes de sua trajetória, um em especial permanece vivo em sua memória: a primeira vez que assinou um figurino principal. “Foi em 2018, na segunda noite do festival. O item era o Pajé, representado à época pelo André Nascimento. O figurino era inspirado em cobras. Ver aquilo ganhando vida na arena foi emocionante demais”, relembrou, com brilho nos olhos.
Ao longo dos anos, Alessandro testemunhou a evolução do Festival de Parintins. Para ele, a principal mudança está na visibilidade que o evento conquistou. “A cada edição, o festival cresce. Este ano, então, a atenção do Brasil inteiro parece estar voltada para Parintins. É uma alegria ver nossa cultura amazônica ganhando reconhecimento nacional”, afirmou.

Quando questionado sobre o que sente ao vestir o Boi Garantido com sua arte, Alessandro não hesita:
“Gratidão. Porque o Festival de Parintins é uma vitrine gigante. A gente trabalha duro o ano inteiro, e quando chega o festival, é como ver nossa alma dançando na arena”, diz.
No mundo encantado dos bumbás, onde tudo se transforma em magia e tradição, Alessandro Oliveira é um dos artistas que dão vida ao espetáculo. Seus figurinos não apenas vestem personagens: eles contam histórias, emocionam e reforçam a grandiosidade de um festival que emociona a Amazônia.
Parintins para o mundo ver
O projeto ‘Parintins para o mundo ver’ é realizado pela Fundação Rede Amazônica (FRAM), correalizado pela Rede Amazônica e Amazon Sat, com o apoio de Amazônica Net, Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC), Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC-AM) e Governo do Amazonas.
