Idosos participam de uma série de atividades que vão desde oficinas artísticas, aulas de dança, jogos de tabuleiro a rodas de conversa sobre educação financeira.
O ‘Cabelos de Prata’, da Prefeitura de Boa Vista é de fato um projeto que muda, para melhor, a vida de 1.184 idosos na capital. Por meio de atividades que contribuem efetivamente para o envelhecimento saudável e incentivam o protagonismo na maior idade, os participantes têm suas vidas transformadas por meio de experiências que envolvem muita entrega e aprendizado.
Por lá, acima de tudo, eles aprendem a olhar para si mesmos e reconhecer o valor de suas trajetórias. Em uma simples atividade, não abrem mão de sorrir e de participar ativamente. Uma delas, em especial, é o projeto ‘Ritmo e Movimento’, que acontece uma vez ao mês, reunindo idosos atendidos em diferentes Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) de Boa Vista.
Mais que diversão
A última edição, que aconteceu na Praça da Bandeira, no bairro São Pedro, contou com a participação de idosos do CRAS do bairro União e do Cauamé. O projeto inclui uma série de dinâmicas em grupo, envolvendo dança, jogos e atividades físicas.
Os idosos começaram com um alongamento e, em seguida, com música e dança. Guiados por um professor, eles deram um show de ritmo, alegria e disposição em uma verdadeira aula de zumba. Depois de uma pequena pausa, se dividiram em grupo e participaram de uma dinâmica com bola, que envolvia atenção, agilidade e trabalho em equipe.
De acordo com a coordenadora geral do ‘Cabelos de Prata’, Carolina Martins, todas as atividades do projeto são de fácil execução, garantindo a segurança dos idosos “O ‘Ritmo e Movimento’ favorece a interação, o surgimento de novas amizades e contribui para a saúde e bem-estar dos participantes, melhorando a imunidade, o fortalecimento dos músculos, dos ossos, prevenindo doenças como osteoporose, depressão e diabetes”, disse.
Protagonistas
Maria das Dores, conhecida carinhosamente como ‘Dorinha’, tem 80 anos e é uma das primeiras beneficiárias do projeto. Atendida no CRAS do Cauamé, ela acumula novas descobertas, além de histórias de amizade e superação.
“O projeto é tudo na minha vida e me ajudou em vários sentidos, principalmente no momento em que perdi meu marido. Não sei o que seria de mim se não tivesse esse apoio na época. Agradeço todos os dias por fazer parte, pois aqui tenho amigos, me divirto, danço e estou sempre aprendendo algo novo”, disse.
Raimundo Vieira, de 66 anos, atendido no CRAS União, integra o projeto há oito anos. Para ele, o Cabelos de Prata é símbolo de novas amizades. “Aqui somos ouvidos, trocamos experiências, encontramos companheirismo. Além disso, o que mais gosto são as danças, exercícios aeróbicos, enfim. Todo idoso deveria participar”, falou.
Darcísia Lima, de 83 anos, atendida no CRAS União, também é uma das primeiras integrantes do projeto. Sorridente e cheia de disposição, ela afirmou que a atividade que mais gosta é a dança e que existe uma outra Darcísia, depois do Cabelos de Prata.
“Antes de fazer parte do projeto a vida era muito monótona, ficava só em casa, fazendo os serviços do dia a dia. Vivia cheia de dores, triste, não tinha alegria. Já hoje é totalmente diferente, as vezes sinto que tenho 15 anos”, sorriu.
Cabelos de prata
O projeto, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Gestão Social (SEMGES) foi implantado em 2001 e regulamentado em 2006, com a missão de transformar a terceira idade em uma experiência prazerosa, de qualidade e com oportunidades para os idosos.
O Cabelos de Prata prevê ainda uma bolsa no valor de R$ 300, voltada para idosos acima de 60 anos, em situação de vulnerabilidade social. Neste caso eles devem integrar o Cadastro Único (CadÚnico), procurar um CRAS e fazer o cadastro, que passará por uma avaliação.