Foto da capa: Reprodução/Ministério da Defesa
O ‘Norte Conectado‘ é um programa criado pelo Governo Federal, uma política pública do Ministério das Comunicações (MCom), executado pela Entidade Administradora de Faixa (EAF), uma entidade sem fins lucrativos formada por três operadoras (Claro, Tim e Vivo) que participaram do leilão do 5G (padrão de tecnologia para redes móveis e de banda larga). Sua finalidade é, segundo a descrição do governo, “expandir a infraestrutura de comunicações na Região Amazônica”.
Leandro Guerra, presidente da EAF, explica que entre as obrigações do projeto estava a criação da entidade para execução das políticas públicas.
“O Norte Conectado é uma política pública super relevante. Ela nasceu a aproximadamente 10 anos. O Brasil deu exemplo de inovação nesse projeto, que começou com o Exército Brasileiro, na implementação de duas infovias”, lembra.
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As redes implantadas pelo Exército Brasileiro, a partir de 2014, eram parte do Programa Amazônia Conectada (PAC). Agora, o Programa Norte Conectado contempla a implementação de oito infovias nos rios da Amazônia, formadas por cerca de 12 mil quilômetros de cabos de fibra óptica subaquáticos (lançados nos leitos dos rios da região) que auxiliam na melhoria da infraestrutura das telecomunicações e consequente inclusão digital na região amazônica.

“Somente a EAF está lançando cerca de 9 mil quilômetros de cabos. Os 12 mil km, para se ter uma dimensão, é como se fosse lançar um cabo submarino entre Fortaleza (CE), no Brasil, até Nova Iorque (EUA) e retornar com esse cabo”, destaca Guerra sobre o impacto da rede do Programa Norte Conectado.
Segundo Guerra, o projeto tem três pilares principais na implementação do Norte Conectado nas capitais amazônicas e regiões de fronteira com outros países, como a Colômbia e o Peru:
- Integração nacional;
- Inclusão social;
- Cidadania digital.
Impacto ambiental
Uma das dúvidas que surgem sobre a aplicação dos cabos na região amazônica é se causam impactos ambientais como o desmatamento, que tem afetado a região com o avanço das mudanças climáticas.
De acordo com a descrição do Programa Norte Conectado, a expansão é “por meio da implantação de cabos de fibra óptica subfluviais, visando atender às políticas públicas de telecomunicações, educação, pesquisa, saúde, defesa e do judiciário, e ainda outras políticas públicas que venham a se integrar ao escopo do Programa. Além disso, objetiva-se ampliar o acesso à internet da região, com possibilidade de integração aos países vizinhos que compõem a Pan Amazônia”.
O presidente da EAF esclarece: “Não temos impacto nas matas, pois não é uma rede terrestre. O cabo é lançado nos leitos dos rios, o que nos garante um nível de não poluição muito relevante. E temos um cabo que não tem energia, ele não carrega energia com ele, ela [a energia] é colocada somente nas estações distribuídas ao longo das infovias”.
Cerca de 70 estações fazem parte do projeto e são usadas também para as ações de inclusão. Segundo Guerra, localmente são desenvolvidas redes de fibra ótica para conectar diversas escolas, postos de saúde, hospitais, fóruns de justiça e prefeituras.
“Nos seis estados que estão no programa Norte Conectado se estima que cerca de 10 milhões de pessoas vão ser direta ou indiretamente impactadas”, afirma Guerra, referindo-se à implementação das infovias projetadas para inclusão digital da população da região.
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Especial COP30
A entrevista com o presidente da EAF, Leandro Guerra, faz parte de uma sequência especial dedicada à Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – Conferência das Partes (COP30) do programa ‘Bate-papo na CBN’, da rádio CBN Amazônia Belém (102,3 FM ).
Com o olhar de quem vive na região, o programa reuniu informações e entrevistas sobre toda a movimentação da 30ª edição do encontro mundial realizado em Belém (PA), realizado entre os dias 10 e 22 de novembro.
🌱💻 Saiba mais sobre a COP30 aqui

Além do Programa Norte Conectado, o especial também apresentou dados sobre o Atlas de Risco Geológico da Amazônia, do Serviço Geológico do Brasil (SGB), que indica que mais de 1,4 milhão de pessoas vivem em áreas de risco na região da Amazônia Legal.
A gerente de hidrologia e gestão territorial do SGB em Belém, Sheila Teixeira, compartilhou informações gerais sobre o compilado de 13 anos de estudos na Amazônia e a realidade na capital paraense, que apresenta em torno de 368 mil pessoas em situação de risco. Elas estão expostas, por exemplo, às inundações causadas pelas enchentes dos rios.
Com oito episódios, os programas da rádio, apresentados pela jornalista Brenda Freitas, também ganharam versões especiais no canal Amazon Sat e no Portal Amazônia.
Assista as entrevistas completas no primeiro episódio da edição especial do programa:
Banzeiro da Esperança
A iniciativa Banzeiro da Esperança é uma parceria entre Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Fundação Rede Amazônica (FRAM) e Virada Sustentável, com patrocínio do Banco da Amazônia (BASA). Esta edição do Banzeiro da Esperança é uma jornada de conexão, troca de saberes e transformação com foco na COP30.
