Banzeiro da Esperança na COP30: Projeto investiga legado pós-COP30 no Pará

O projeto visa fazer uma análise crítica a respeito das transformações sociais realizadas na capital paraense para a recepção da COP30.

Foto da capa: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Os impactos da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) para Belém, primeira cidade da Amazônia a sediar o evento que reúne representantes de vários países para discussões sobre o futuro climático, se tornaram tema de um projeto de pesquisa.

‘COP30 das oportunidades de transformações urbanas aos desafios para a participação e controle social’, é um trabalho coordenado pela professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Olga Lúcia Castreguini, visitante do programa de pós-graduação em Geografia da Universidade Federal do Pará (UFPA).

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O projeto visa fazer uma análise crítica a respeito das transformações sociais realizadas na capital paraense para a recepção da COP30. Obras de infraestrutura e de mobilidade são alguns dos feitos que fazem parte da pesquisa liderada por Olga.

“É um projeto de pesquisa coordenado por mim com várias instituições e profissionais de diferentes áreas. Belém passou por uma série de transformações, estamos desde o início de 2024 acompanhando elas, a intenção é acompanhar todo esse processo de investimentos dessas obras. Um ano é pouco para concluir sobre as repercussões, mas o trabalho vai permitir olhar para trás e fechar o ciclo da preparação, realização e o pós”, explica a professora.

Olga pontuou que, apesar dos impactos positivos das obras perceptíveis durante a realização da conferência, questões relativas às obras no futuro têm sido motivo de preocupação.

Ela cita que locais como o Parque Linear da Tamandaré, da Doca e ainda o sistema BRT Metropolitano precisam ser vistos com olhar mais atento para os custos de suas manutenções, o que envolverá despesas ao poder público a longo prazo.

Parque Linear da Nova Tamandaré foi obra decorrente do evento da COP30, sediado em Belém. Foto: Alexandre Costa/Agência Pará

“Me preocupa muito o pós porque a gente teve uma série de obras de fato importantes e que transformaram uma parte da cidade, mas é preciso ter um olhar atento. Foram investimentos bilionários, alguns serão pagos pois foram contraídos por empréstimos, tem que ter atenção para essa capacidade de endividamento do estado. Vamos ter recursos previstos no orçamento? Outra coisa é a manutenção dessas obras, por exemplo, temos novos ônibus, confortáveis, com ar-condicionado, como será a manutenção dessa frota? Como ela vai circular efetivamente na cidade nos próximos meses e anos? Então, são coisas que nos preocupam para entender o pós”, alerta.

No entanto, a professora destacou a importância de Belém sediar a COP30 e de trazer o debate mundial do clima para dentro da região amazônica.

“Vivemos de forma pulsante a COP30, porque embora as decisões sejam tomadas na Blue Zone (zona azul), tivemos mais de cem eventos paralelos na cidade, algo que talvez não acontecesse em outras locais. Tivemos a marcha, manifestações indígenas, outros espaços de discussões, inclusive dentro da blue zone, já adianto que nas últimas três COPs isso não foi verdadeiro”, finalizou.

Especial COP30

A entrevista com a professora Olga Lúcia faz parte de uma sequência especial dedicada à Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – Conferência das Partes (COP30) do programa ‘Bate-papo na CBN’, da rádio CBN Amazônia Belém (102,3 FM ).

Com o olhar de quem vive na região, o programa reuniu informações e entrevistas sobre toda a movimentação da 30ª edição do encontro mundial realizado em Belém (PA), realizado entre os dias 10 e 22 de novembro.

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Olga é coordenadora do projeto de pesquisa “COP30 das oportunidades de transformações urbanas aos desafios para a participação e controle social”. Foto: Reprodução/Youtube- CBN Amazônia

O segundo convidado do programa foi Renato Rosas, presidente da ONG Ocas – Organização Comunitária de Adesão Social, plataforma de impacto sócioambiental com assessoria de lideranças que atua com bases comunitárias em mais de cinco regiões da Amazônia Paraense.

Sobre a atuação da organização na COP30, Rosas enfatiza o lançamento de um e-book que aborda a luta e resistência do povo indígena Tenetehaba Tembé, grupo originário que habita a terra indígena Alto Rio Guamá, no Pará.

“É um material robusto, cheio de informações e links sobre tudo dos povos indígenas, especialmente o povo Tenetehara Tembé, todos os seus entraves, as guerras que perderam, suas lutas, a situação do território em relação à Funai. O e-book te traz um panorama sobre a história dos povos indígenas e a importância do pertencimento”, explicou.

Com oito episódios, os programas da rádio, apresentados pela jornalista Brenda Freitas, também ganharam versões especiais no canal Amazon Sat e no Portal Amazônia.

Assista as entrevistas completas do sexto episódio da edição especial do programa:

Banzeiro da Esperança

A iniciativa Banzeiro da Esperança é uma parceria entre Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Fundação Rede Amazônica (FRAM) e Virada Sustentável, com patrocínio do Banco da Amazônia (BASA). Esta edição do Banzeiro da Esperança é uma jornada de conexão, troca de saberes e transformação com foco na COP30.

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