Vídeo reacende debate sobre gentílicos de Manaus: é manauara ou manauense?

Especialista em linguística esclareceu as origens e os usos desses termos.

Um vídeo de um policial militar explicando a diferença entre os gentílicos manauara e manauense ganhou grande repercussão nas redes sociais na última semana e reacendeu o debate sobre como se referir corretamente às pessoas nascidas ou residentes em Manaus (AM). A discussão levou especialistas a esclarecerem as origens e os usos desses termos.

No vídeo, o policial afirma que o termo ‘manauense’ seria mais apropriado para designar aqueles que residem na capital do Amazonas, mas não nasceram lá, enquanto ‘manauara’ seria usado para os nascidos na cidade. No entanto, a explicação gerou questionamentos entre internautas e trouxe à tona uma curiosidade linguística.

A equipe do Portal Amazônia consultou o professor Carlos Renato Rosário de Jesus, doutor em Linguística e professor de Língua Portuguesa e Latim pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), para esclarecer o tema.

Segundo ele, tanto ‘manauara’ quanto ‘manauense’ são formas corretas de se referir aos habitantes ou nascidos em Manaus.

Origens etimológicas

Manauara: deriva do tupi, língua indígena que influencia amplamente a cultura brasileira. O sufixo ‘ara’ é usado para indicar algo ou alguém originário de determinado lugar.

Manauense: se baseia no latim, língua de origem do português. O sufixo ‘ense’ é comum em gentílicos como paraense, alagoense e amazonense.

Ambos têm como base o nome ‘Manaus’, que remonta à antiga tribo indígena Manaós, habitantes originais da região.

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Você usa ‘manauara’ ou ‘manauense’?Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Uso

Carlos destacou que não há uma regra gramatical ou designação oficial que diferencie ‘manauara’ de ‘manauense’ no que diz respeito a nascimento ou residência. A escolha entre os dois termos é uma questão de preferência pessoal ou comunitária, podendo até mesmo ter motivações ideológicas.

Debate

O vídeo viral não apenas fomentou a curiosidade sobre a origem dos gentílicos, mas também destacou a riqueza linguística e cultural de Manaus. Além disso, mostrou como o uso popular pode influenciar a percepção e o significado de palavras, reforçando que a língua é um reflexo vivo das comunidades que a utilizam.

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