Professores de escolas indígenas em Roraima lançam livro sobre a cultura do povo Macuxi

Livro 'Ko’Ko Rutî - Vovó Jamanxim' tem conteúdo em Macuxi e Português. Trabalho reúne coletânea de histórias indígenas escritas por 81 professores do Instituto Federal de Roraima.

Foto: Divulgação/IFRR

Histórias, lendas e práticas culturais que fazem parte da vivência do povo Macuxi foram reunidas no livro ‘Ko’Ko Rutî – Vovó Jamanxim’, produzido por 81 professores de escolas municipais das regiões da Raposa Serra do Sol e Baixo Contigo, em Normandia, o 5º município mais indígena do Brasil, no Norte de Roraima.

Formada por uma coletânea de seis histórias – ou pandom, em Macuxi – a obra foi lançada no dia 10 de outubro na Casa de Cultura Jaider Esbell, em Normandia, após um ano de pesquisa e produção. O trabalho surgiu como uma atividade acadêmica do curso Técnico de Magistério Indígena do Instituto Federal de Roraima (IFRR) no Campus Avançado Bonfim.

‘Ko’Ko Rutî – Vovó Jamanxim’ aborda temas importantes para a identidade e a conexão com a natureza. Além disso, é um registro cultural do cotidiano das comunidades nas regiões da Raposa e Baixo Contigo.

Entre as histórias, há os destaques para utensílios tradicionais indígenas, como o jamanxim, um tipo de cesta usada nas costas, a panela de barro e o tipiti, uma prensa em formato cilíndrico feita de cipó.

Compõem o livro as seguintes histórias:

  • Arari, A Lagarta da Maniva;
  • Umîî, A Roça;
  • O’ma’kon Emurukuntî Suminanse, A Festa dos Animais;
  • Maruwa Ye’ku, O Maruwai;
  • Kurakîti Ye, O Caimbé;
  • Oma’ Ne’ka’pî Etarumu Pantoni, A História do Rezo para Acidentes por Animais Venenosos e Peçonhentos.
Professores de escolas indígenas lançam livro em Normandia. Foto: Divulgação/IFRR

Obra bilíngue

O conteúdo do livro é voltado para professores, crianças e jovens matriculados em escolas indígenas de Normandia, por isso, é bilíngue: os textos estão em Macuxi e Português.

Para compor o livro, professores fizeram pesquisas e consultas com as lideranças indígenas da comunidades para registrar as tradições culturais e linguísticas de forma autêntica. O resultado integra o trabalho conjunto entre os autores, estudantes, anciões e colaboradores.

O pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do IFRR, Adnelson Jati Batista, acredita que o livro respeita e valoriza a cultura do povo Macuxi.

O trabalho, para ele, é mais do que um simples material escolar, é uma celebração da cultura indígena, uma ferramenta de resistência e uma forma de manter viva a história e a língua do povo Macuxi.

O livro teve o apoio da prefeitura de Normandia e foi publicado pela editora Educitec, uma organização sem fins lucrativos. Os exemplares estão disponíveis nas escolas de Normandia que fazem parte das regiões da Raposa e Baixo Cotingo.

*Por Nalu Cardoso, da Rede Amazônica RR

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Extração ilegal de madeira aumentou 19% na Amazônia

As áreas de exploração madeireira foram identificadas e mapeadas por meio de imagens de satélite e contrapostas às autorizações de exploração emitidas pelos órgãos ambientais.

Leia também

Publicidade