Como reconhecer a picada de insetos e animais peçonhentos na Amazônia?

Especialista afirma que entender os sinais deixados por picadas pode ser crucial para evitar complicações de saúde.

Picada de inseto. Foto: Reprodução/Canva

A biodiversidade amazônica é uma das mais ricas do planeta — e isso inclui uma grande variedade de insetos e animais peçonhentos. Embora muitos desses animais sejam inofensivos, outros podem causar desde reações alérgicas intensas até a transmissão de doenças graves. Reconhecer os sinais das picadas é essencial para buscar o tratamento adequado.

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O Portal Amazônia conversou com o biólogo Flávio Terassini, apresentador do programa ‘Ticks Man’, do canal Amazon Sat, que explicou como identificar as marcas deixadas por alguns dos principais vetores da região.

Para o especialista, “A saliva de mosquitos, carrapatos e percevejos têm substâncias anestésicas e anticoagulantes. Isso impede que a gente sinta dor na hora da picada, que só é percebida depois que o animal já foi embora”, explica Terassini. Segundo ele, essas substâncias também são vasodilatadoras, fazendo com que o sangue flua mais facilmente para o local.

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Mosquitos

A fêmea do mosquito Aedes aegypti é responsável pela picada no ser humano. Foto: James Gathany/CDC

A picada de mosquitos, conhecido também em muitas regiões como ‘carapanã’ é uma das mais comuns. Normalmente, causa uma reação alérgica leve à saliva do inseto, resultando em coceira intensa e vermelhidão com uma pequena elevação.

Apesar de parecerem inofensivas, essas picadas podem ser perigosas se o mosquito – fêmea do – (Aedes aegypti) estiver contaminado, podendo transmitir doenças como dengue, zika e chikungunya, febre amarela e malária (Anopheles).

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Carrapatos e percevejos

Carrapatos e percevejos são mais discretos, mas deixam marcas mais extensas. A borda da picada costuma ser avermelhada e mais elevada. No caso do percevejo (triatomíneo), popularmente conhecido como barbeiro, transmissor da doença de Chagas, a marca pode se expandir ainda mais.

“Essas picadas costumam ser confundidas com alergias ou outras infecções, o que dificulta o diagnóstico quando o paciente não viu o animal que o picou”, afirma Terassini.

Abelhas

As picadas de abelhas são facilmente reconhecíveis. Há dor imediata, inchaço local, coceira e ardência, e, muitas vezes, o ferrão permanece na pele. Por isso, é importante removê-lo com cuidado e procurar atendimento caso haja reação alérgica, como dificuldade para respirar ou inchaço generalizado.

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Aranhas

Entre as aranhas mais perigosas da região estão a armadeira, a aranha-marrom, a caranguejeira e a viúva-negra. A picada acontece acidentalmente porque a aranha reage institivamente ao se sentir ameaçada.

Suas mordidas deixam dois orifícios na pele, causados pelas quelíceras, e podem inocular veneno.

Suas mordidas deixam dois orifícios na pele. Foto: reprodução/internet

“A área ao redor da picada fica vermelha, com uma mancha mais elevada. A dor costuma ser intensa e, dependendo da espécie, pode haver complicações graves”, alerta o biólogo.

Apesar de a maioria das aranhas que vivem em ambientes urbanos não serem peçonhentas, o mais indicado é evitar o contato com qualquer espécie. 

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A importância do diagnóstico visual

Terassini destaca que imagens e postagens informativas nas redes sociais têm ajudado tanto a população quanto os profissionais de saúde a identificar corretamente o tipo de picada e o animal responsável.

Apenas especialistas são capazes de identificar as espécies. Mas, ao ser picado, não hesite em procurar um serviço de saúde para confirmação. De preferência em posse da aranha (guardando o animal de forma segura em um recipiente) ou de uma foto nítida dela.

“Essas informações são valiosas, principalmente em regiões onde o acesso a exames e especialistas pode ser limitado. Um simples registro da lesão já pode indicar a urgência do caso e orientar o tratamento”, conclui.

Leia também: Saiba quais são as aranhas mais perigosas da Amazônia

Fique atento aos sinais

Se você mora na região amazônica ou está de passagem, o ideal é usar roupas que cubram bem o corpo, repelentes, e manter os ambientes limpos e livres de acúmulo de água e entulhos. Ao notar qualquer alteração na pele após uma possível picada — como inchaço, vermelhidão, dor ou febre — procure atendimento médico imediatamente.

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